domingo, 10 de fevereiro de 2013

Aproveitando as oportunidades!

Existe um campo de estudo na linguística chamado “Pragmática”. Em pragmática, vemos como as palavras e a comunicação estão sujeitas a um fator social mais complexo e abrangente: cultura. Podemos dizer aqui no Brasil, “Você tem horas?” e a pessoa entenderá que você está perguntando, na verdade, que horas são. Mas se fizer a mesma pergunta em Portugal, por exemplo, o indivíduo vai te olhar de cima a baixo, responder “Claro, que sim” e depois virar as costas, deixando você para trás. Isso porque em Portugal a cultura é diferente da brasileira. O português entenderá que você só quer saber se ele tem um relógio. Como é interessante ver que a mesma coisa dita em um lugar pode ter um significado completamente diferente em outro, tudo por causa da cultura!

Tá, mas... e daí? Bom, estou mostrando como linguisticamente o meio social em que vivemos influi na nossa comunicação. Com evangelismo não é diferente! E creio que esse seja o motivo de vários equívocos quanto ao assunto. Por quê? Bom, porque se não usarmos a cultura a nosso favor, simplesmente não estaremos aproveitando as oportunidades.

Paulo nos diz em 1 Coríntios: : “Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns. E eu faço isto por causa do evangelho, para ser também participante dele. (1 Cor 9:22-23)”. Com toda certeza, Paulo não estava dizendo que se comportava como um ímpio, fazendo tudo aquilo que fazia antes de conhecer a Cristo, só para que depois parecesse um “cara legal” para falar do evangelho. Pelo contrário, vemos Paulo defender a ideia de que uma vez salvos e redimidos, não devemos praticar as coisas que antes praticávamos (Gl 5:13-26, Ef  4:17-32, 5:1-21). Mas ainda assim Paulo sabia que era necessário aproveitar as oportunidades e estar atento para usar o evangelho em todas elas.

Quando vemos o que aconteceu com Paulo quando estava em Atenas (Atos 17:16-34) é um ato claro de como a cultura também possibilita o evangelismo. O apóstolo observa a idolatria que havia no lugar e depois de mostrar que teve interesse pela cultura do lugar (“porque passando e observando...” – Versículo 23), usa o que os atenienses e os estrangeiros que ali estavam tinham deixado como oportunidade: o altar do DEUS DESCONHECIDO. Então, Paulo fala sobre o Deus que criou o mundo, a raça humana, a justiça soberana que há nEle, o arrependimento necessário...ou seja, prega o evangelho e ali pessoas creem. Ele observa o povo, fala para o povo entender e usa isso para ganhá-los.

Mais uma vez você deve estar se perguntando “Mas e aí? O que isso tem a ver comigo?” e eu te digo que tem tudo a ver! Devemos pregar o evangelho e muitas vezes, simplesmente de boca fechada e com o nosso proceder, noutras, devemos estar sensíveis à esperteza do Espírito Santo porque com certeza ele nos dará estratégias para a disseminação do verdadeiro evangelho de Cristo. Em outras palavras, é como botar isca para pescar. É fazer-se “como” para ganhar para Cristo (sem comprometer nossa santidade).

Estamos cercados de vários elementos culturais que podem ser úteis para a evangelização, inclusive entre eles: teatro, dança, música, grafite, ciência, estudos... e por aí vai. Devemos ser diligentes para salgar o mundo e iluminá-lo como Filhos de Deus por meio de Cristo Jesus; afinal, compartilhamos aquilo que nós temos de melhor: a salvação.

É claro, portanto, que temos muitas ferramentas em mãos. Pessoas aí foram estão vivendo com sede de um Deus que, muitas vezes, ainda é desconhecido. Mas não para nós. Que não haja negligencia de nossa parte com tamanha responsabilidade! Estamos no mundo, mas não somos daqui. Ganhamos pessoas do mundo para Cristo, para um dia estarmos juntos na glória.
Aproveitemos as oportunidades.

A paz,

Bruna Bugana

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