segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Os Doze Apóstolos

Eaê galera! A paz do Senhor!

Estou postando um texto muito bacana que fala dos 12 apóstolos. Este texto é bem interessante para quem vai interpretar algum deles, pois ajuda no processo de pesquisa e construção do personagem.
Grande Abraço.

Pedro Rois

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OS APÓSTOLOS

No começo do seu ministério Jesus escolheu doze homens que o acompanhassem em suas viagens. Teriam esses homens uma importante responsabilidade: Continuariam a representá-lo depois de haver ele voltado para o céu. A reputação deles continuaria a influenciar a igreja muito depois de haverem morrido.
Por conseguinte, a seleção dos Doze foi de grande responsabilidade.  "Naqueles dias retirou-se para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolo"  (Lc 6.12-13).
A maioria dos apóstolos era da região de Cafarnaum, desprezada pela sociedade judaica refinada por ser o centro de uma parte do estado judaico e conhecida, em realidade, como "Galiléia dos gentios". O próprio Jesus disse: "Tu, Carfanaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno"  (Mt 11.23). Não obstante, Jesus fez desses doze homens líderes vigorosos e porta-vozes capaz de transmitir com clareza a fé cristã. O sucesso que eles alcançaram dá testemunho do poder transformador do Senhorio de Jesus.
Nenhum dos escritores dos Evangelhos deixou-nos traços físicos dos doze. Dão-nos, contudo, minúsculas pistas que nos ajudam a fazer "conjeturas razoáveis" sobre como pareciam e atuavam. Um fato importante que tem sido tradicionalmente menosprezado em incontáveis representações artísticas dos apóstolos é sua juventude. Se levarmos em conta que a maioria chegou a viver até ao terceiro e quarto quartéis do século e que João adentrou o segundo século, então eles devem ter sido não mais do que jovens quando aceitaram o chamado de Cristo.

Os doze apóstolos foram:

1) André;
2) Bartolomeu (Natanael);
3) Tiago (Filho de Alfeu);
4) Tiago (Filho de Zebedeu);
5) João;
6) Judas (não o iscariotes);
7) Judas Iscariotes;
8) Mateus;
9) Filipe;
10) Simão Pedro;
11) Simão Zelote;
12) Tomé;
13) Matias (Substituindo a Judas)

                                  Resumo sobre a vida dos Apóstolos:


1) André 

No dia seguinte àquele em que João Batista viu o ES descer sobre Jesus, ele o apontou para dois de seus discípulos, e disse: "Eis o Cordeiro de Deus" (Jo 1.36). Movidos de curiosidade, os dois deixaram João e começaram a seguir a Jesus. Jesus notou a presença deles e perguntou-lhes o que buscavam. Responderam: "Rabi, onde assistes?" Jesus levou-os à casa onde ele se hospedava e passaram a noite com ele. Um desses homens chamava-se André   (Jo 1.38-40).  André foi logo à procura de seu irmão, Simão Pedro, a quem disse: "Achamos o Messias..." (Jo 1.41). Por seu testemunho, ele ganhou Pedro para o Senhor.
André é tradução do grego Andreas, que significa "varonil". Outras pistas do Evangelhos indicam que André era fisicamente forte, e homem devoto e fiel. Ele e Pedro eram donos de uma casa (Mc 1.29) Eram filhos de um homem chamado Jonas ou João, um próspero pescador. Ambos os jovens haviam seguido o pai no negócio da pesca. Eram Pescadores.
André nasceu em Betsaida, nas praias do norte do mar da Galiléia. Embora o Evangelho de João descreva o primeiro encontro dele com Jesus, não o menciona como discípulo até muito mais tarde (Jo 6.8). O Evangelho de Mateus diz que quando Jesus caminha junto ao mar da Galiléia, ele saudou a André e a Pedro e os convidou para se tornarem discípulos (Mt 4.18,19). Isto não contradiz a narrativa de João; simplesmente acrescenta um aspecto novo. Uma leitura atenta de João 1.35-40 mostra-nos que Jesus não chamou André e a Pedro para seguí-lo quando se encontraram pela primeira vez.
André e outro discípulo chamado Filipe apresentaram a Jesus um grupo de gregos (Jo 12.20-22). Por este motivo podemos dizer que eles foram os primeiros missionários estrangeiros da fé cristã.
Diz a tradição que André viveu seus últimos dias na Cítia, ao norte do mar negro. Mas um livreto intitulado: Atos de André (provavelmente escrito por volta do ano 260 dC) diz que ele pregou primariamente na Macedônia e foi martirizado em Patras. Diz ainda, que ele foi crucificado numa cruz em forma de "X", símbolo religioso conhecido como Cruz de Sto André.

2) Bartolomeu (Natanael)

Falta-nos informação sobre a identidade do Apóstolo chamado Bartolomeu. Ele só é mencionado na lista dos apóstolos. Além do mais, enquanto os Evangelhos sinóticos concordam em que seu nome era Bartolomeu, João o dá como Natanael (Jo 1.45). Crêem alguns estudiosos que Bartolomeu era o sobrenome de Natanael.
A palavra aramaica bar significa "filho", por isso o nome Bartolomeu significa literalmente, "filho de Talmai". A Bíblia não identifica quem foi Talmai.
Supondo que Bartolomeu e Natanael sejam a mesma pessoa, o Evangelho de João nos proporciona várias informações acerca de sua personalidade. Jesus chamou Natanael de "israelita em quem não há dolo" (Jo 1.47). Diz a tradição que ele serviu como missionário na Índia e que foi crucificado de cabeça para baixo.

3) Tiago - Filho de Alfeu

Os Evangelhos fazem apenas referências passageiras a Tiago, filho de Alfeu (Mt 10.3; Lc 6.15). Muitos estudiosos crêem que Tiago era irmão de Mateus, visto a Bíblia dizer que o pai de Mateus também se chamava Alfeu (Mc 2.14).  Outros crêem que este Tiago se identificava como "Tiago, o Menor", mas não temos  prova alguma de que esses dois nomes se referiam ao mesmo homem   (Mc 15.40). Se o filho de Alfeu era, deveras, o mesmo homem Tiago, o Menor, talvez ele tenha sido primo de Jesus (Mt 27.56; Jo 19.25). Alguns comentaristas da Bíblia teorizam que este discípulo trazia uma estreita semelhança física com Jesus, o que poderia explicar por que Judas Iscariotes teve de identificar Jesus na noite em que foi traído.  (Mc 14.43-45; Lc 22.47-48).  Diz as lendas que ele pregou na Pérsia e aí foi crucificado. Mas não há informações concretas sobre sua vida, ministério posterior e morte.

4) Tiago - Filho de Zebedeu

Depois que Jesus convocou a Simão Pedro e a seu irmão André, ele caminhou um pouco mais ao longo da praia da Galiléia e convidou a "Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco consertando as redes"  (Mc 1.19). Tiago e seu irmão responderam imediatamente ao chamado de Cristo. Ele foi o primeiro dos doze a sofrer a morte de mártir. O rei Herodes Agripa I ordenou que ele fosse executado ao fio da espada (At 12.2). A tradição diz que isto ocorreu no ano 44 dC, quando ele seria ainda bem moço.
Os Evangelhos nunca mencionam Tiago sozinho; sempre falam de "Tiago e João". Até no registro de sua morte, o livro de Atos refere-se a ele como "Tiago, irmão de João" (At 12.2) Eles começaram a seguir a Jesus no mesmo dia, e ambos estiveram presentes na Transfiguração (Mc 9.2-13). Jesus chamou a ambos de "filhos do trovão" (Mc 3.17).
A perseguição que tirou a vida de Tiago infundiu novo fervor entre os cristãos (At 12.5-25). Herodes Agripa esperava sufocar o movimentos cristão executando líderes como Tiago. "Entretanto a Palavra do Senhor  crescia e se multiplicava" (At 12.24).
As tradições afirmam que ele foi o primeiro missionário cristão na Espanha.

5) João

Felizmente, temos considerável informação acerca do discípulo chamado João. Marcos diz-nos que ele era irmão de Tiago, filho de Zebedeu (Mc 1.19). Diz também que Tiago e João trabalhavam com "os empregados" de seu pai (Mc 1.20).
Alguns eruditos especulam que a mãe de João era Salomé, que assistiu a crucificação de Jesus   (Mc 15.40). Se Salomé era irmã da mãe de Jesus, como sugere o Evangelho de João (Jo 19.25), João pode ter sido primo de Jesus.
Jesus encontrou a João e a seu irmão Tiago consertando as redes junto ao mar da Galiléia. Ordenou-lhes que se fizessem ao largo e lançassem as redes. arrastaram um enorme quantidade de peixes - milagre que os convenceram do poder de Jesus. "E, arrastando eles os barcos sobre a praia, deixando tudo, o seguiram" (Lc 5.11) Simão Pedro foi com eles.
João parece ter sido um jovem impulsivo. Logo depois que ele e Tiago entraram para o círculo íntimo dos discípulos de Jesus, o Mestre os apelidou de "filhos do trovão" (Mc 3.17). Os discípulos pareciam relegar João a um lugar secundário em seu grupo. Todos os Evangelhos mencionavam a João depois de seu irmão Tiago; na maioria das vezes, parece, Tiago era o porta-voz dos dois irmãos. Paulo menciona a João entre os apóstolos em Jerusalém, mas o faz colocando o seu nome no fim da lista (Gl 2.9).
Muitas vezes João deixou transparecer suas emoções nas conversas com Jesus. Certa ocasião ele ficou transtornado porque alguém mais estava servindo em nome de Jesus. "E nós lho proibimos", disse ele a Jesus, "porque não seguia conosco" (Mc 9.38). Jesus replicou: "Não lho proibais... pois quem não é contra a nós, é por nós" (Mc 9.39,40). Noutra ocasião, ambiciosos, Tiago e João sugeriram que lhes fosse permitido assentar-se à esquerda e à direita de Jesus na sua glória. Esta idéia os indispôs com os outros discípulos (Mc 10.35-41).
Mas a ousadia de João foi-lhe vantajosa na hora da morte e da ressurreição de Jesus. Jo 18.15 diz que João era " conhecido  do sumo sacerdote".  Isto o tornaria facilmente vulnerável à prisão quando os aguardas do sumo sacerdote prenderam a Jesus. Não obstante, João foi o único apóstolo que se atreveu a permanecer ao pé da cruz, e Jesus entregou-lhe sua mãe aos seus cuidados (Jo 19.26-27). Ao ouvirem os discípulos que o corpo de Jesus já não estava no túmulo, João correu na frente dos outros e chegou primeiro ao sepulcro. Contudo, ele deixou que Pedro entrasse antes dele na câmara de sepultamento (Jo 20.1-4,8).
Se João escreveu, deveras, o quarto Evangelhos, as cartas de João e o Apocalipse, ele escreveu mais texto do NT do que qualquer dos demais apóstolos. Não temos motivo para duvidar de que esses livros não são de sua autoria.
Diz a tradição que ele cuidou da mãe  de Jesus enquanto pastoreou a congregação em Éfeso, e que ela morreu ali. Preso, foi levado a Roma e exilado na Ilha de Patmos. Acredita-se que ele viveu até avançada idade, e seu corpo foi devolvido a Éfeso para sepultamento

6) Judas - Não o Iscariotes

João refere-se a um dos discípulos como "Judas, não o Iscariotes" (Jo 14.22). Não é fácil determinar a identidade desse homem.
O NT refere-se a diversos homens com o nome de Judas - Judas Iscariotes; Judas, irmão de Jesus (Mt 13.55; Mc 6.3); Judas, o galileu (At 5.37) e Judas, não o Iscariotes. Evidentemente, João desejava evitar confusão quando se referia a esse homem, especialmente porque o outro discípulo chamado Judas não gozava de boa fama.
Mateus e Marcos referem-se a esse homem como Tadeu (Mt 10.3; Mc 3.18). Lucas o menciona como "Judas, filho de Tiago" (Lc 6.16; At 1.13).
Não sabemos ao certo quem era o pai de Tadeu.
O Historiador Eusébio diz que Jesus uma vez enviou esse discípulo ao rei Abgar da Mesopotâmia a fim de orar pela sua cura. Segundo essa história, Judas foi a Abgar depois da ascensão de Jesus, e permaneceu para pregar em várias cidades da Mesopotâmia.  Diz outra tradição que esse discípulo foi assassinado por mágicos na cidade de Suanir, na Pérsia. O mataram a pauladas e pedradas.

7) Judas Iscariotes 

Todos os Evangelhos colocam Judas Iscariotes no fim da lista dos discípulos de Jesus. Sem dúvida alguma isso reflete a má fama de Judas como traidor de Jesus.
A Palavra aramaica Iscariotes literalmente significa "homem de Queriote". Queriote era uma cidade próxima a Hebrom (Js 15.25). Contudo, João diz-nos que Judas era filho de Simão (Jo 6.71). Se Judas era, de fato, natural desta cidade, dentre os discípulos, ele era o único procedente da Judéia. Os habitantes da Judéia desprezavam o povo da Galiléia como rudes colonizadores de fronteira. Essa atitude pode ter alienado Judas Iscariotes dos demais discípulos.
Os Evangelhos não nos dizem exatamente quando Jesus chamou Judas pra juntar-se ao grupo de seus seguidores. Talvez tenha sido nos primeiros dias, quando Jesus chamou tantos outros            (Mt 4.18-22). Judas funcionava como tesoureiro dos discípulos, e pelo menos em uma ocasião ele manifestou uma atitude sovina para com o trabalho. Foi quando uma mulher por nome Maria derramou ungüento precioso sobre os pés de Jesus. Judas reclamou: "Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários, e não se deu aos pobres?" (Jo 12.5). No versículo seguinte João comenta que Judas disse isto "não porque tivesse cuidado dos pobres; mas porque era ladrão."
Enquanto os discípulos participavam de sua última refeição com Jesus, o Senhor revelou saber que estava prestes a ser traído e indicou Judas como o criminoso. Disse ele a Judas: "O que pretendes fazer,  faze-o depressa" (Jo 13.27). Todavia, os demais discípulos não suspeitavam do que Judas estava prestes a fazer. João relata que "como Judas era quem trazia a bolsa, pensaram alguns que Jesus lhe dissera: Compra o que precisamos para a festa da Páscoa..." (Jo 13.28-29).
Judas traiu o Senhor Jesus, influenciado ou inspirado pelo maligno ( Lc 22.3; Jo 13.27). Tocado pelo remorso, Judas procurou devolver o dinheiro aos captores de Jesus e enforcou-se. (Mt 27.5)

8) Mateus

Nos tempos de Jesus, o governo romano coletava diversos impostos do povo palestino. Pedágios pra transportar mercadorias por terra ou por mar eram recolhidos por coletores particulares, os quais pagavam uma taxa ao governo romano pelo direito de avaliar esses tributos. Os cobradores de impostos auferiam lucros cobrando um imposto mais alto do que a lei permitia. Os coletores licenciados muitas vezes contratavam oficiais de menor categoria, chamados de publicanos, para efetuar o verdadeiro trabalho de coletar. Os publicanos recebiam seus próprios salários cobrando uma fração a mais do que seu empregador exigia. O discípulo Mateus era um desses publicanos; ele coletava pedágio na estrada entre Damasco e Aco; sua tenda estava localizada fora da cidade de Cafarnaum, o que lhe dava a oportunidade de, também, cobrar impostos dos pescadores.
Normalmente um publicano cobrava 5% do preço da compra de artigos normais de comércio, e até 12,5% sobre artigos de luxo. Mateus cobrava impostos também dos pescadores que trabalhavam no mar da Galiléia e dos barqueiros que traziam suas mercadorias das cidades situadas no outro lado do lago.
O judeus consideravam impuro o dinheiro dos cobradores de impostos, por isso nunca pediam troco. Se um judeu não tinha a quantia exata que o coletor exigia, ele emprestava-o a um amigo. Os judeus desprezavam os publicanos como agentes do odiado império romano e do rei títere judeu. Não era permitido aos publicanos prestar depoimento no tribunal, e não podiam pagar o dízimo de seu dinheiro ao templo. Um bom judeu não se associaria com publicanos (Mt 9.10-13).
Mas os judeus dividiam os cobradores de impostos em duas classes. a primeira era a dos gabbai,  que lançavam impostos gerais sobre a agricultura e arrecadavam do povo impostos de recenseamento. O  Segundo grupo compunha-se dos mokhsa era judeus, daí serem eles desprezados como traidores do seu próprio povo. Mateus pertencia a esta classe.
O Evangelho de Mateus diz-nos que Jesus se aproximou deste improvável discípulo quando ele esta sentado em sua coletoria. Jesus simplesmente ordenou a Mateus: "Segue-me!" Ele deixou o trabalho pra seguir o Mestre (Mt 9.9).
Evidentemente, Mateus era um homem rico, porque ele deu um banquete em sua própria casa. "E numerosos publicanos e outros estavam com eles à mesa" (Lc 5.29). O simples fato de Mateus possuir casa própria indica que era mias rido do que o publicano típico.
Por causa da natureza de seu trabalho, temos certeza que Mateus sabia ler e escrever. Os documentos de papiro, relacionados com impostos, datados de cerca de 100 dC, indicam que os publicanos eram muito eficientes em matéria de cálculos.
Mateus pode ter tido algum grau de parentesco com o discípulo Tiago, visto que se diz de cada um deles ser "filho de Alfeu" (Mt 10.3; Mc 2.14). Às vezes Lucas usa o nome Levi para referir-se a Mateus (Lc 5.27-29). Daí alguns estudiosos crerem que o nome de Mateus era Levi antes de se decidir-se a seguir a Jesus, e que Jesus lhe deu um novo nome, que significa "dádiva de Deus". Outros sugerem que Mateus era membro da tribo sacerdotal de Levi.
De todos os evangelhos, o de Mateus tem sido, provavelmente, o de maior influência. A literatura cristã do segundo século faz mais citações do Evangelho de Mateus do que de qualquer outro. Os pais da igreja colocaram o Evangelho de Mateus no começo do cânon do NT provavelmente por causa do significado que lhes atribuíam. O relato de Mateus desta a Jesus como o cumprimento das profecias do AT. Acentua que Jesus era o Messias prometido.
Não sabemos o que aconteceu com Mateus depois do dia de Pentecostes. Uma informação fornecida por John Foxe, declara que ele passou seus últimos anos pregando na Pártia e na Etiópia e que foi martirizado na cidade Nadabá em 60 dC.  Não podemos julgar se esta informação é digna de confiança. 

9) Filipe

O Evangelho de João é o único a dar-nos qualquer informação pormenorizada acerca do discípulos chamado Filipe. Jesus encontrou-se com ele pela primeira vez em Betânia, do outro lado do Jordão (Jo 1.28). É interessante notar que Jesus chamou a Filipe individualmente enquanto chamou a maioria dos outros em pares. Filipe apresentou Natanael a Jesus (Jo 1.45-51), e Jesus também chamou a Natanael (ou Bartolomeu) para seguí-lo.
Ao se reunirem 5 mil pessoas para ouvir a Jesus, Filipe perguntou ao Seu Senhor como alimentariam a multidão. "Não lhes bastariam duzentos denários de pão, para  receber cada um o seu pedaço", disse ele (Jo 6.7). Noutra ocasião, um grupo de gregos dirigiu-se a Filipe e pediu-lhe que o apresentasse a Jesus. Filipe solicitou a ajuda de André e juntos levaram os homens para conhecê-lo (Jo 12.20-22).
Enquanto os discípulos tomavam a última refeição com Jesus, Filipe disse: "Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta" (Jo 14.8). Jesus respondeu que nele eles já tinham visto o Pai.
Esses três breves lampejos são tudo o que vemos acerca de Filipe. A igreja tem preservado muitas tradições a respeito de seu último ministério e morte. Segundo algumas delas, ele pregou na França; outras dizem que ele pregou no sul da Rússia, na Ásia Menor, ou até na Índia.  Nada de concreto portanto.

10) Simão Pedro 

Era um homem de contrastes. Em Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou: "Mas vós, quem dizeis que eu sou?" Ele respondeu de imediato: "Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo" (Mt 16.15-16). Alguns versículos adiante, lemos: "E Pedro chamando-o à parte, começou a reprová-lo..." Era característico de Pedro passar de um extremo ao outro.
Ao tentar Jesus lavar-lhe os pés no cenáculo, o imoderado discípulo exclamou: "Nunca me lavarás os pés." Jesus, porém, insistiu e Pedro disse: "Senhor, não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça" (Jo 13.8,9).
Na última noite que passaram juntos, ele disse a Jesus: "Ainda que todos se escandalizem, eu jamais!" (Mc 14.29). Entretanto, dentro de poucas horas, ele não somente negou a Jesus mas praguejou (Mc 14.71).
Este temperamento volátil, imprevisível, muitas vezes deixou Pedro em dificuldades. Mas, o Espírito Santo o moldaria num líder, dinâmico, da igreja primitiva, um "homem-rocha" (Pedro significa "rocha") em todo o sentido.
Os escritores do NT usaram quatro nomes diferentes com referência a Pedro. Um é o nome hebraico Simeon (At 15.14), que pode significar "ouvir". O Segundo era Simão, a forma grega de Simeon. O terceiro nome era Cefas palavra aramaica que significa "rocha". O quarto nome era Pedro, paralavra grega que significa "Pedra" ou "rocha"; os escritores do NT se referem ao discípulo com estes nomes mais vezes do que os outros três.
Quando Jesus encontrou este homem pela primeira vez, ele disse: "Tu és Simão, o filho de João; tu serás chamado Cefas" (Jo 1.42). Pedro e seu irmão André eram pescadores no mar da Galiléia        (Mt 4.18; Mc 1.16). Ele falava com sotaque galileu, e seus maneirismos identificavam-no como um nativo inculto da fronteira da galiléia (Mc 14.70). Foi levado a Jesus pelo seu irmão André. (Jo 1.40-42)
Enquanto Jesus pendia na cruz, Pedro estava provavelmente entre o grupo da Galiléia que "permaneceram a contemplar de longe estas coisas" (Lc 23.49). Em 1Pe 5.1, ele escreveu: "...eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo..."
Pedro encabeça a lista dos apóstolo em cada um dos relatos dos Evangelhos, o que sugere que os escritores do NT o consideravam o mais importante dos doze. Ele não escreveu tanto como João ou Mateus, mas emergiu como o  líder mais influente da igreja primitiva. Embora 120 seguidores de Jesus tenha recebido o ES no dia do Pentecoste, a Bíblia registra as palavras de Pedro (At 2.14-40). Ele sugeriu que os apóstolos procurassem um substituto para Judas Iscariotes (At 1.22). Ele e João foram os primeiros a realizar um milagre depois do Pentecoste, curando um paralítico na Porta Formosa (At 3.1-11).
O livro de Atos acentua as viagens de Paulo, mas Pedro também viajou extensamente. Ele visitou Antioquia (Gl 2.11), Corinto (2Co 1.12) e talvez Roma.
Pedro sentiu-se livre para servir aos gentios (At 10), mas ele é mais bem conhecido como o apóstolo dos judeus (Gl 2.8). À medida que Paulo assumir um papel mais ativo na obra da igreja  e à medida que os judeus se tornavam mais hostis ao Cristianismo, Pedro foi relegado a segundo plano na narrativa do NT.
A tradição diz que a Basílica de São Pedro em Roma está edificada sobre o local onde ele foi sepultado. Escavações modernas sob a antiga igreja exibem um cemitério romano muito antigo e alguns túmulos usados apressadamente para sepultamentos cristãos. Uma leitura cuidadosa dos Evangelhos e do primitivo segmento de Atos tenderia a apoiar a tradição de que Pedro foi figura preeminente da igreja primitiva.
 [texto auxiliar]
PEDRO, O SANGUINEO.O sanguíneo Pedro é, provavelmente, o mais querido do Novo Testamento. A razão é muito simples. Sendo totalmente extrovertido, seus defeitos são visíveis a todos. Pedro tropeça impetuosamente pelas paginas dos evangelhos, deixando à mostra a carne crua do sanguíneo. Num momento é amável e alegre, no momento seguinte chega a nos assustar com suas atitudes. Sem duvida alguma, Pedro é o personagem mais sanguíneo da Bíblia. Examinemos, antes de continuar, as qualidades do temperamento sanguíneo.
O sr. Sanguíneo é caloroso, amável e simpático. Atrai as pessoas como se fosse um ímã. Ele tem boa prosa, é otimista e despreocupado, “é a  vida da festa”! É generoso, compassivo, adapta-se ao meio ambiente e ajusta-se aos sentimentos alheios. Porem, como os outros temperamentos, o sanguíneo tem seus defeitos. Em geral é possuídos de pouca força de vontade; emocionalmente é instável e explosivo, irrequieto e egoísta. Em sua mocidade chega a ser considerado o que vai ser mais bem sucedido,raramente, entretanto, alcança aquilo que dele se espera. Tem grande dificuldade em seguir detalhadamente as instruções, e quase nunca fica quieto. No fundo dessa capa de ousadia, ele é, frequentemente, inseguro e temeroso. Os sanguíneos são bons vendedores, oradores, atores, e, não raro,tornam-se lideres.
O apostolo Pedro é, não considerando o Senhor Jesus cristo, o homem que mais se sobressai nos evangelhos, e ocupa situação relevante nos primeiros dez capítulos do livro de Atos. Ele falava com mais frequência que os outros e o Senhor também conversava mais amiúde com ele. Nenhum discípulo, a não ser Judas, o Iscariotes teve reprovação mais severa,e nenhum outro discípulo teve, como ele, a ousadia de repreender o Senhor. Por outro lado, nenhum discípulo deu, como Pedro, testemunho tão arrojado de respeito e amor por Cristo, e nenhum outro recebeu louvor tão especial do Salvador.
Pedro tinha o carisma que atrai para si as pessoas, sejam elas suas contemporâneas daquele primeiro século sejam os leitores do século vinte.Sem duvida Pedro exibia calor, intensidade e ação dinâmica. Essa qualidade sanguínea é, provavelmente, a razão pela qual Hipócrates concluiu que esse temperamento fosse causado por sangue quente


11) Simão Zelote

Mateus refere-se a um discípulo chamado "Simão, o  Cananeu", enquanto Lucas e o livro de Atos referem-se a "Simão, o Zelote". esses nomes referem-se à mesma pessoa. Zelote é uma palavra grega que significa "zeloso"; "cananeu" é transliteração da palavra aramaica kanna'ah,  que também significa "zeloso"; parece, pois, que este discípulo pertencia à seita judaica conhecida como zelotes.
A Bíblia não indica quando Simão, foi convidado para unir-se aos apóstolos. Diz a tradição que Jesus o chamou ao mesmo tempo em que chamou André e Pedro, Tiago e João, Judas Iscariotes e Tadeu (Mt 4.18-22).
Temos diversos relatos conflitantes acerca do ministério posterior deste homem e não é possível chegar a uma conclusão.

12) Tomé

O Evangelho  de João dá-nos um quadro mais completo do discípulo chamado Tomé do que o que recebemos dos Sinóticos ou do livro de Atos. João diz-nos que ele também era chamado Dídimo    (Jo 20.24). A palavra grega para "gêmeos" assim como a palavra hebraica t'hom significa "gêmeo". A Vulgata Latina empregava Dídimo como nome próprio.
Não sabemos quem pode ter sido Tomé, nem sabemos coisa alguma a respeito do passado de sua família ou de como ele foi convidado para unir-se ao Senhor. Sabemos, contudo, que ele juntou-se a seis outros discípulos que voltaram aos barcos de pesca depois que Jesus foi crucificado (Jo 21.2-3). Isso sugere que ele pode ter aprendido a profissão de pescador quando jovem.
Diz a tradição que Tomé finalmente tornou-se missionário na Índia. Afirma-se que ele foi martirizado ali e sepultado em Mylapore, hoje subúrbio de Madrasta. Seu nome é lembrado pelo próprio título da igreja Martoma ou "Mestre Tome".
(Ler Jo 20.24-31 e Jo 21.1-15)

13) Matias - Substituto de Judas Iscariotes

Após a morte de Judas, Pedro propôs que os discípulos escolhessem alguém para substituir o traidor. O discurso de Pedro esboçava certas qualificações para o novo apóstolo ( At 1.15-22). O apóstolo tinha de conhecer a Jesus "começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas". Tinha de ser também, "testemunha conosco de sua ressurreição" (At 1.22).
Os apóstolos encontraram dois homens que satisfaziam as qualificações: José, cognominado Justo, e Matias (At 1.23). Lançaram sortes para decidir a questão e a sorte recaiu sobre Matias.
O nome Matias é uma variante do hebraico Matatias, que significa "dom de Deus". Infelizmente, a Bíblia nada diz a respeito do ministério de Matias.

A criação de um papel

Eaê galera! A paz do Senhor

Estou postando um texto sobre como criar um personagem.
Espero que gostem.

Pedro Rois

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A CRIAÇÃO DE UM PAPEL


A miúdo, nem mesmo o ator pode explicar como cria um papel. Por que o processo é demasiadamente complicado para que possa dar-se conta dele.
O talento não é suficiente para que o ator apareça em cena e faça um papel. Os atores novos pensam que basta ter talento e vocação para galgarem uma carreira teatral. Não bastam os impulsos, à vontade e a audácia de aparecer em público para que deles sejam transformados em atores.
Antes de tudo é necessário que o intérprete possa dominar-se, dominar os seus meios expressivos como se seu próprio corpo fosse um instrumento. Antes de um concerto um artista afina seu instrumento. Da mesma forma o corpo e a voz de um ator, necessitam desta afinação para que possam responder plenamente e prontamente aos impulsos de sua emoção.

TRANSFORMAÇÃO: ATOR – PERSONAGEM

O processo do ator de adquirir e dar forma ao seu personagem começa com o momento em que o script está na mão e continua até o desempenho final. Quais são os primeiros passos para um ator construir o seu personagem?


1)     CONSTRUÇÃO

O termo “construção” é usado especificamente. O personagem não é algo já existente que pode, em um senso elementar, ser visto e entendido. Seguramente, o personagem é criado pelo autor, mas o autor somente montou/construiu a moldura para o personagem – como também o andaime no qual os “trabalhadores” subirão para levantar as paredes, janelas e mobílias. Apesar de criado pelo autor, é o ator quem deve preencher todas aquelas paredes, janelas e mobílias. Usando uma analogia mais humana, o autor deve suprir o esqueleto, mas é o ator que coloca a carne.

A - CAIXA DE FERRAMENTAS

Cada pessoa tem um passado e um presente. Cada pessoa tem uma “caixa” cheia/abarrotada com experiências de vida, memórias, amores e ódios, pessoas, perspectivas. Cada ator tem pensamentos, opiniões, fantasias e sonhos. Cada pessoa no palco trás consigo uma vida cheia de matéria prima para transbordar.

Seguindo a analogia da construção, estes poderão ser vistos como os itens que encherão o depósito de onde o prédio será terminado (material para construir o personagem). Estas experiências de vida serão trazidas pelo ator para o seu personagem.
O ator e professor Uta Hagen refere-se a este processo como transferência – mas nós podemos desmistificar este conceito simplesmente pensando nele como o ator selecionando experiências da sua vida pessoal e dando-as ao seu personagem. É desta maneira que a carne é aplicada à moldura do esqueleto.
Este processo fornece algum “o quê” do personagem, mas mais importante, ele fornece a maioria do “como” (vai agir) e do “porquê” (vai agir assim).
Com este propósito, vamos usar o personagem bíblico de Rute como exemplo.


B - COMEÇANDO COM OS FATOS

A você foi dado o papel de Rute.  Qual é o primeiro passo? Você se assenta em uma cadeira confortável com o script e a Bíblia. Para descobrir como o autor interpretou o personagem, você lê o script várias vezes. Apesar do personagem ser familiar através da Bíblia, você se familiariza com o script primeiro – não porque o script seja mais importante do que as Escrituras, mas porque o seu primeiro trabalho é desempenhar o personagem de Rute como foi criado pelo autor, o seu trabalho não é desempenhar o personagem histórico como está descrito na Bíblia.

Uma vez que você tenha lido o script várias vezes, e acredita que você tenha no mínimo começado a entender o papel, você então se vira para o livro de Rute nas Escrituras. O seu propósito é essencialmente: descobrir ou relembrar o ambiente estabelecido para o personagem, e para verificar por si próprio de que o personagem como escrito não é igual ao relatado na Bíblia.

Das Escrituras você aprende que:

1) Rute é uma moabita;
2) Ela se casou em uma família judia, originariamente de Belém de Judá;
3) Ela foi casada não mais do que dez anos e após este tempo, seu marido, Malom morreu;
4) Rute decidiu deixar sua terra natal e ir para Judá com sua sogra, Noemi.

Apesar de certamente haver muito mais para se colher da história bíblica de Rute, para o propósito desta discussão vai parar por aqui, com somente estes quatro pontos, e considerar como você começará a construir este personagem e torná-lo seu próprio.

Você começa a fazer a si próprio a pergunta fundamental:
“Se eu fosse...”.

Fornece o nome do seu personagem:
“Se eu fosse Rute...”.

Desde o princípio, o seu propósito é personalizar o personagem. Você vê a si mesmo vivendo a vida de Rute. Agora, vamos reconsiderar os quatro fatos sobre a vida de Rute colhidos da Escritura – fatos reorganizados para refletir sua aquisição do personagem.

1)     Eu sou uma moabita;
2)     Eu me casei em uma família judia, originariamente de Belém em Judá;
3)     Eu fui casada por dez anos, e após este tempo meu marido, Malom, morreu;
4)     Eu tomei a decisão de deixar minha terra natal e ir para Judá com minha sogra, Noemi.


# Palavras do ator Uta Hagen:

“Se, como Laurence Taylor, você quer assegurar-se de que estará vestindo as ‘roupas de baixo’ do personagem, você terá que iniciar do começo com transferências de sua própria vida para as origens do seu personagem, para dar credibilidade à realidade da sua nova existência”.


C - APRENDENDO TUDO O QUE VOCÊ PODE

O próximo passo – que é, quando o seu personagem é uma figura histórica tal como Rute – é aprender tudo o que você pode sobre a pessoal real. Utilizando somente os quatro itens acima (para este exemplo), você começa o seu ensaio.

·        Vá até à biblioteca e aprenda tudo que puder sobre a Moabe antiga. Como era o lugar? O clima? Qual era o tipo de cultura? Como eram as pessoas? Eles eram bons vizinhos de Judá ou estavam em guerra a maior parte do tempo?  Qual era o status das mulheres na cultura moabita? Que tipo de restrições elas tinham? Como elas se vestiam? Elas se pintavam, enfeitavam o cabelo?
·        Baseado no que você aprendeu sobre a cultura moabita era comum uma mulher moabita casar na cultura judia? Este ato a teria condenado ao ostracismo pelo resto da comunidade? Teriam os judeus a desprezado – ou aceitado prontamente como todas as outras?
·        O que teria acontecido com uma viúva na cultura moabita? Ela teria se casado facilmente novamente - ou ela ficaria estigmatizada pelo resto de sua vida?
·        Que tipo de choque cultural teria uma moabita experimentada ao se mudar para Judá? Como ela teria sido recebida?


D - TRANSFERÊNCIA

Agora é hora de você começar o processo de injetar sua experiência de vida para dentro do personagem de Rute.

·        Você nasceu e viveu os primeiros anos de sua vida em Moabe – uma terra acidentada e desértica. Você tem familiaridade com o deserto? Você já experimentou quão quente e seco ele pode ser – tão quente que se torna difícil respirar? Pode ser que você não tenha passado muito tempo no deserto, mas você já dirigiu por ele durante as férias?  Se não, certamente você já experimentou o calor brutal de um dia ocasional. Talvez – se não foi no deserto – você passou algum tempo em uma praia seca, e com muita areia. Você se lembra como foi ter areia sobre todo o seu corpo e em todos os objetos? Como seria viver sob aquelas condições todo o tempo? Mas também podia chover em Moabe. Você já morou ou visitou uma área que fosse seca por um extenso período, e que depois recebesse uma chuva bem-vinda? Você se lembra como ela cheirava depois da chuva, como tudo parecia subitamente verde outra vez?
·        Você já se casou ou teve algum encontro com alguém de outra cultura? Como você se sentiu quando visitou a família daquela pessoa? Você se sentiu embaraçado – pelo menos a princípio? Fora do seu lugar? Alienado? Se não foi em uma situação romântica, você já teve algum amigo de outra cultura? Você convidou este amigo para visitá-lo e à sua família em sua cultura?
·        Muitas pessoas já perderam alguma pessoa amada ou amiga íntimo para a morte. Relembre aqueles sentimentos de perda, vazio, sentimento de ter deixado algo para trás.
Você sentiu raiva? Raiva de Deus? Esta perda fez você sentir como se tivesse um buraco no estômago?
·        Você já deixou a sua casa por um longo período de tempo? Você sentiu saudades? Após algum tempo você quis retornar para casa novamente? Ou talvez houvesse uma reação de oposição: talvez você estivesse satisfeito por ter saído, e feliz na sua nova casa.


E - OBSERVAÇÃO

O ator não pode sempre construir seu personagem através da sua experiência pessoal. Algumas vezes – na verdade, muitas vezes – precisamos acrescentar às nossas observações, as de outras pessoas. O ator deve ser um estudante das pessoas observando suas ações, comportamentos, peculiaridades e idiossincrasias.

Portanto, o ator deve se tornar um viajante – não se intrometendo na vida particular das pessoas, ou perscrutando através das sombras de suas janelas, mas sempre mantendo seus olhos abertos para o que está acontecendo ao redor deles. O ator observador coleciona personagens assim como outras pessoas colecionam conchas do mar, selos ou moedas, sempre mantendo um olho aberto por algo interessante que ele possa acrescentar à sua coleção. Deixe que um colecionador de conchas passeie por uma praia, e ele voltará para casa com o bolso cheio de novos tesouros. Da mesma maneira, deixe um ator parado em uma estação de metrô, por exemplo, e ele voltará para casa com o bolso cheio de novos personagens para acrescentar ao estoque de seu material.

Junto com as observações de pessoas reais, da vida real, pode-se também acrescentar ao catálogo de personagens as situações vistas na televisão, no cinema, e no palco. E torna-se raramente necessário compilar fisicamente estas observações, escrevendo-as; quando alguém dá atenção completa à observação ela se fixará na memória, somente esperando pelo momento certo de emergir, e contribuir para a construção de um novo personagem.


# Observações feitas por Laurence Olivier:

“Eu escuto comentários nas ruas ou nas lojas e os retenho na memória. Você deve constantemente observar um andar, um coxo andando, alguém correndo, como uma cabeça se inclina para um lado para escutar alguém falar, o piscar de um olho, a mão que coça o nariz quando pensa que ninguém está olhando, um bigode, os olhos que nunca o encaram durante uma conversa, o nariz que funga durante uma gripe. Ritmos. Observe o discurso das pessoas e conserve-os na mente, na sua caixa mágica. Estoque-os até que você precise deles, então os use. A maneira como as pessoas descem ou sobem de um ônibus, entram em um metrô, como mantém um braço atrás do corpo, ou ambas as mãos, um cotovelo, enfim todos os detalhes”.


2)     O TRABALHO DURO

Não é incomum que atores do teatro de igreja invertam a lógica da responsabilidade de um ator em relação ao seu papel.  Eles – como amadores no sentido tradicional da palavra – gastam pouco tempo trabalhando com o personagem, quando eles, com suas faltas de experiência e treinamento, são aqueles que deveriam estar trabalhando mais duro. Entretanto, o profissional – outra vez, no sentido tradicional da palavra – exibe seu profissionalismo trabalhando duro sobre coisas que o amador acredita serem desnecessárias!

Através do teatro, oferecemos nossas vidas a Deus, a fim da propagação do Evangelho de Cristo. Por isso, não vamos fazer de qualquer jeito só porque somos amadores.

“Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente.” Jr 48:10b

Faça o seu melhor, isso incluir o melhor do seu tempo, do seu empenho, da sua disciplina, da sua vontade, do seu estudo, da sua experiência espiritual, tudo isto não para mostrar aos homens e sim para oferecer a Deus.

Temos que lembrar que esse ministério teatral é:
Dele – A obra é de Deus, não se esqueça disso, principalmente quando pensar em fazer de qualquer jeito, seja porque está triste ou por achar que ninguém reconhece seu trabalho. Se você tiver algum problema ou dificuldade, ore e entregue nas mãos D’Ele, e continue o seu trabalho. Deus verá sua dedicação e te abençoará ricamente.
Por Ele – Não é para aparecer, para se divertir, ou para seus pais tirarem fotos sua, é por amor a Ele. “Por Ele” ainda nos lembra que sem Ele nada podemos fazer, ou seja, não é por mérito seu, ou meu, e sim por Ele.
Para Ele – O intuito principal não é agradar o líder, ou mesmo orgulhar sua mãe, e sim, oferecer um trabalho a Deus. Ofereça seu tempo, sua dedicação, sua vida a Deus, pedindo que Ele te use conforme lhe aprouver. E lembre-se que para Deus não é o que sobra ou o que não te faz falta e sim, o melhor.


BUSQUE SEMPRE A AJUDA DE DEUS!
“Tudo posso naquele que me fortalece.” Fp 4.13

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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Todos adoram dançar - Derek Browskill

Olá galera! A paz do Senhor!

  Estou postando um texto disponível no blog do Lionel Fischer sobre dança. Espero que gostem!

Grande abraço!

Pedro Rois

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Todos adoram dançar
Derek Browskill

Uma atitude típica ocidental em relação à percepção corporal deprecia a própria movimentação corporal. Ainda não é considerado correto expressar livremente os sentimentos por meio da dança ou de movimentos - apesar de que, no íntimo, todos adorem dançar. O movimento e a dança foram provavelmente as primeiras formas de expressão humana. Sem dúvida alguma, foram as primeiras formas de expressão artística - o teatro do movimento, da dança e dos rituais.
Lembro-me da visita que fiz a uma escola primária, onde pediram-me que observasse uma aula de "movimento". Uma das meninas não reagia aos sons dos instrumentos musicais de acordo com as expectativas da professora, que comentou: "Ela não consegue; aquela lá nunca vai conseguir. Já tentei tudo, mas ela não faz os movimentos certos".
O que chamou minha atenção neste julgamento foi que, uns 15 minutos antes, a mesma menina transbordava de entusiasmo, ao mostrar para a professora os presentes de aniversário que havia ganho. Estava cheia de vida, fervilhando de movimento, querendo mostrar sua boneca à professora. Para expressar seu entusiasmo, ela torcia e retorcia a barra do vestido, num movimento que só posso descrever como uma dança de pura alegria, executada por seus dedinhos. Infelizmente, a professora não vira a coisa do mesmo modo, dizendo tantas vezes à menina para "ficar quieta" e "parar quieta" que ela acabou por desistir e voltar ao lugar.

A dança dos dedos, em homenagem à boneca, tinha sido importante e necessária, mas suas implicações não foram percebidas pela professora. A aula de "movimento" não tinha relação alguma com o estado de espírito da menina, não sendo surpeendente que ela hesitasse em expressar seus sentimentos através da "dança".

O impulso de dançar - e mesmo a vontade - está presente em todos. Mas isso raramente é estimulado e alimentado. Mais raramente ainda oferecemos o melhor tipo de estímulo - desenvolvimento de um estilo pessoal de movimento e dança. Com freqüência , a maioria das crianças que demonstram qualquer habilidade para dançar ou apreciar movimento é atirada nos carinhosos braços de uma professora de dança que insistirá, cedo demais, no ensino rígido das técnicas de balé.

Um estilo pessoal de movimento e dança proporciona uma firme plataforma de confiança, da qual o indivíduo poderá lançar-se com segurança à exploração, inovação e busca de flexibilidade. O aprendizado precoce de técnicas só prejudicará o estilo, além de provavelmente enterrar qualquer entusiasmo e alegria.

Um ator tem que ser dançarino, no sentido de que dança é qualquer série de movimentos conscientes que expressem um estado mental ou sentimento. Talvez ele não precise do estilo clássico, ou talvez não queira utilizar-se dos serviços de um coreógrafo, mas seus movimentos se transformarão em dança. Assim como algumas peças exigem que em determinado momento os atores cantem, outras exigem que em determinados momentos os atores dancem, e também existe uma terra-de-ninguém entre movimentar-se e dançar. Sempre que as alegrias e medos da condição humana são expressos em movimento, uma qualidade simbólica tende a emergir, e como resultado disso, nasce a dança.
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Fragmento do artigo Corpo e Movimento, extraído de Acting and Stagecraft Made Simple, W. H. Allen, 1979. Tradução de Lívia Mazzocato. Colaboração do Curso de Tradução do Departamento de Letras da PUC-Rio.

É preciso ter talento?

Olá Galera! A paz do Senhor!

  Hoje estou postando um pequeno texto do diretor e dono do site Teatro Evangélico Sérgio Amaral. Espero que gostem!

Grande Abraço!

Pedro Rois

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É preciso ter talento?

10% talento
90% transpiração

Perguntaram para o campeão mundial de golfe Tiger Woods:
- A que ele atribuia o fato de ter tanta sorte?
E ele respondeu:
- A que atribuir eu não sei, mas reparei que quanto mais treino, mais sorte eu tenho.

O jogador de basquete Oscar Schmidt após o término de seus treinos ficava mais 3 horas atirando bolas ao cesto.

A Fernanda Montenegro montou no Rio de Janeiro a peça "Seria cômico se não fosse trágico", acompanhado de Fernando Torres e, depois de longa temporada veio para São Paulo e um ator foi substituído por Silvio Zilber, que precisava de ensaios, já que Fernanda e Fernando não precisavam mais.
O ensaio começava às 14:00h e terminava às 20:00h, com frequência às 20:00h Fernanda dizia:
- Vamos dar uma passadinha?
E lá se iam mais duas horas de trabalho.
Viu só galera! e para o Senhor nosso Deus? como trabalhamos essa questão?
A PAZ....
Sergio Amaral.

Vídeo - Improviso - Fado Improvável

Olá galera! A paz do Senhor!

Estou postando um video do grupo BARBIXAS, como exemplo de espetáculo de improviso. Esse vídeo mostra um dos jogos de improviso do espetáculo "Improvável", um espetáculo de humor de improviso e interação da platéia que tem feito muito sucesso Brasil a fora. Aproveitem e dêem uma olhada no canal deles no Youtube: http://www.youtube.com/user/videosimprovaveis .
Grande abraço!

 Pedro Rois
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Jogo: Fado Improvável
Regra: Com a participação do músico convidado, todos os jogadores improvisam um fado baseado na história de um voluntário da plateia.

Espetáculos de Improviso

Olá galera! A paz do Senhor!

  Hoje estou postando um texto que fala sobre os espetáculos de improviso. Este texto é um misto de várias fontes com uma breve história deste tipo de espetáculo, algumas dicas e o sistema Viola Spolin, para improviso. Espero que gostem!

Grande Abraço!

Pedro Rois

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Commedia dell’Arte (Origem do espetáculo de improviso)
O teatro moderno começa na Itália no século XVI, rompendo com as tradições medievais populares e tentando imitar os modelos antigos do teatro grego e romano. 
Inúmeras peças imitam as comédias de Plauto e Terêncio: mas só uma peça, “A Mandrágora”de Maquiavel, com um humor amargo e crítico, tem valor superior, sendo considerada a grande comédia Renascentista.. 
 Na mesma época, Ruzzante apresenta um teatro muito original inspirado nos elementos plautinos em representações populares.
A Comédia Del’Arte surgiu nessa época, como uma reação ao teatro literário que já não chamava a atenção do público. Alguns atores se reuniram e resolveram tomar conta da cena, sem depender dos autores. É uma forma original italiana com textos improvisados e tipos regionais (baseados nos elementos plautinos). A comédia Dell’Arte dominou a cena européia até o século XVII. Era o teatro do ator, não havia texto e os atores representavam usando como base um roteiro o que era chamado de “representar a soggetto”. 
Os atores usavam máscaras e se preocupavam com uma preparação corporal acrobática/ coreográfica, vocal e mímica.Os roteiros eram muito ricos, apresentavam sempre um grande número de personagens, mas os tipos eram fixos e representados pelos mesmos atores. Havia o célebre personagem Arlechino (o criado astuto) e também Colombina, Pantaleone, Brighela, Dottore, Capitano, Spinetta. Etc.
 O maior comediógrafo italiano do século XVIII, Carlo Goldoni (Veneza - 1707 a 1793), inspirou-se na Comédia Dell’Arte para criar.

O improviso – o que é?
Segundo mestre Aurélio...
Improvisar: fazer arranjar, inventar ou preparar às pressas, de repente (improvisar uma fantasia, improvisar uma mentira); falar, escrever, compor, sem preparação, de improviso (improvisar um discurso).

De suas palavras podemos deduzir no mínimo duas coisas. A primeira: que improvisar requer imaginação (inventar). A segunda: que, junto ao verbo, vem um sentimento de urgência (preparar às pressas). E tais atributos estão aqui restritos ao universo cotidiano, pois quando entramos no terreno teatral, muitas outras premissas se fazem indispensáveis, embora não ser raro desprezá-las ou ignorá=las. Vamos a algumas delas.

Disponibilidade
Antes de qualquer outra coisa, o aluno/ator tem que tentar se colocar em um estado de total disponibilidade, pois só assim conseguirá interagir verdadeiramente com seus parceiros através dos estímulos que recebe e envia. Mas atenção: estar disponível para o outro não significa aderir a qualquer proposta apresentada, se esta se afigura como um disparate. Neste caso, e sem interromper a improvisação, o aluno deve buscar uma alternativa imediata para dar um novo rumo (ou tornar mais plausível) a uma iniciativa equivocada de seu colega, sem questioná-la com palavras inúteis e sempre priorizando a ação.

Coragem
De todas as artes, a do ator talvez seja a que implique nos maiores riscos, posto que exercida ao vivo e sem qualquer tipo de intermediação com a platéia. Ou seja: mesmo que uma peça tenha sido exaustivamente ensaiada, ou já esteja em cartaz há muito tempo, nada impede que numa determinada noite ocorra algum imprevisto que obrigue o ator a esquecer o combinado e partir corajosamente para uma solução improvisada - afinal, o show não pode (ou não deve) parar. Neste caso, a URGÊNCIA de encontrar uma saída convincente estimulará ao máximo a IMAGINAÇÃO do intérprete.
Entretanto, o ato de partir corajosamente para uma solução improvisada não nasce do nada, mas certamente é fruto de um treinamento específico, de preferência constante, ao qual todos os intérpretes devem se submeter, sejam eles profissionais consagrados ou jovens que estejam dando início ao seu aprendizado. E ainda que alguns exibam mais facilidade para improvisar do que outros, a coragem de lançar-se em um terreno desconhecido é essencial para qualquer um que pretenda intitular-se ATOR.

Medo
Atores ou não, todos temos medo, ainda que em graus variados, de nos confrontarmos com o desconhecido. Isso significa penetrar em um local isento de referenciais tranqüilizadores, uma espécie de terra de ninguém, de onde podemos retornar mais enriquecidos ou com inquietações que não supúnhamos ter. Mas esta é uma das regras do jogo e para usufruí-lo plenamente é preciso ao menos tentar esquecer, momentaneamente que seja, todos os receios que tendem a nos paralisar e impedir de vivenciar novas experiências. É claro que essa disponibilidade não nasce de uma hora para outra, mas também jamais ocorrerá por insistência do professor ou em decorrência de qualquer outro tipo de estímulo externo. O aluno tem que querer e é essa vontade que o fará superar aos poucos todos os bloqueios que o inibem.

Sempre que estiver improvisando...
1) Procure, sempre que possível, fugir de seu universo pessoal.
2) Fale apenas o essencial. Palavras em excesso comprometem os sentimentos.
3) Aprenda a escutar os outros. Só assim os outros escutarão você.
4) Não faça questão de impor suas idéias. É importante aceitar outras.
5) Contracenar implica em troca: saber dar e saber receber.
6) Teatro é ação, não digressão (enrolação).
7) Quando perceber uma dificuldade, invista nela.
8) Reaja prontamente a todos os estímulos, sem maiores racionalizações.
9) Pense sempre que você está atuando para alguém.
10) Não sofra se algo der errado numa improvisação. Acertos só nascem de equívocos.


O sistema de Viola Spolin
Viola é uma autora conhecida internacionalmente por sua contribuição metodológica tanto para o ensino do teatro nas escolas e universidades como para a prática da arte cênica
O sistema de Viola Spolin é o resultado de pesquisas realizadas durante anos, junto a grupos de teatro improvisacional. 
Retoma a trilha iniciada por Stanislavski, o primeiro a levantar interrogações fundamentais sobre o processo de educação no teatro. O jogo de improvisação passa a ter o significado de descoberta prática dos limites  do indivíduo, dando ao mesmo tempo as possibilidades para a superação desses limites. Longe de estar submisso a teorias, sistemas, técnicas ou leis, o ator passa a ser o artesão de sua própria educação, aquele que se produz livremente a si mesmo.
Viola Spolin em seu livro “Improvisação para o teatro”, nos traz inúmeros exercícios para o jogo dramático que podem servir de treinamento para o ator em formação. É um método especial de se chegar a uma interpretação improvisada com base no jogo dramático que é instintivo no homem. O jogo Dramático é diferente de uma encenação teatral porque;
·        É informal
·        Não respeita rigidamente um roteiro
·        Não exige presença de público
É considerado um treinamento para a vida e para a prática teatral; tem objetivos pedagógicos, sociais e terapêuticos.
O jogo dramático é improvisado e trabalha-se usando os elementos da linguagem teatral:
·        FOCO (ponto de concentração/o objetivo principal da ação)
·        ONDE (cenário/ambiente)
·        O QUE (ação dramática)
·        QUEM (personagem)
Pode-se usar o processo de Viola Spolin em conjunto com o sistema Stanislavski, para trabalhar um personagem, da seguinte forma:
·        Escolher um personagem: QUEM
·        Determinar o ONDE: Cenário
·        O QUE: Ação Dramática, história.
Descobrir quem é a personagem, em cujo nome vamos agir, através das circunstâncias propostas:
·        Como ele é:
o   Interior – pesquisar e fazer uma descrição psicológica do personagem.
o   Exterior – Pesquisar e fazer uma descrição física do personagem.
·        Onde vive?
·        Porque vive?
·        De onde e porque veio?
·        O que quer (vontade)
·        O que não quer (contra - vontade)
(pode-se adquirir essas informações através da leitura e análise do texto (AUTOR), da pesquisa da época (costumes, moda, sistema político, biografias etc.) e da imaginação criativa do ator).

Descrever como o PERSONAGEM agiria em determinada Ação dramática dentro de determinado CENÁRIO/AMBIENTE
 Adequar a ação do personagem (Quem) às 5 características da ação:
·        Precisa ter Lógica
·        Deve ser Contínua e Ininterrupta
·        Agir sempre com um objetivo,
·        Aspecto interior do personagem (emoções, sentimentos, pensamentos).
·        Aspecto exterior do personagem (mentalizar e descrever como ele é fisicamente)
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