segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Os primeiros passos para montar o seu Palhaço / Clown

Olá galera. A paz do Senhor!

Hoje estou postando um texto que fiz misturando vários textos sobre como montar um personagem palhaço ou descobrir o seu clown. São textos de vários sites brasileiros e norte-americanos, por isso se a tradução não estiver muito compreensível, me avisem.

Abraço!

Pedro Rois

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Clown branco e augusto

Antes de começar a montar o seu palhaço, é preciso saber que existem dois tipos clássicos de clowns: o branco e o augusto.Conhecendo esses dois tipos, fica mais fácil saber que personagem em uma peça você pode interpretar e como agir.
 O clown branco é a encarnação do patrão, o intelectual, a pessoa cerebral. Tradicionalmente, tem rosto branco, vestimenta de lantejoulas (herdada do Arlequim da commedia dell'arte), chapéu cônico e está sempre pronto a ludibriar seu parceiro em cena. Mais modernamente, ele se apresenta de smoking e gravatinha borboleta e é chamado de cabaretier. No Brasil, é conhecido por escada.
O augusto (no Brasil, tony ou tony-excêntrico é o bobo, o eterno perdedor, o ingênuo de boa-fé, o emocional. Ele está sempre sujeito ao domínio do branco, mas, geralmente, supera-o, fazendo triunfar a pureza sobre a malícia, o bem sobre o mal. Intelectuais afirmam que a relação desses dois tipos de clowns acaba representando cabalmente a sociedade e o sistema, e isso provoca a identificação do público com o menos favorecido, o augusto.
Na minha concepção, no teatro evangélico, há uma diferença na definição de cada um. O clown branco é aquele que se acha melhor que o augusto, ou aquele que age de forma errada e pensa ser o correto. É aquele que faz muitas caretas e, alguns, muito barulhentos e escandalosos. Já o clown augusto é o “certinho”, aquele que traz um ensinamento; é humilde e de bom coração.
Há vários tipos de palhaços, como o “vagabundo” e outras variedades de clowns brancos, mas vamos ver apenas esses dois tipos clássicos, pois são os principais.


Creating a Clown Character Criando um personagem do palhaço

The hat is the best place to start. O chapéu é o melhor lugar para começar. Choose a style and experiment with how to put it on your head. Escolha vários tipos e experimente cada um de todas as formas possíveis, como a forma de colocá-lo em sua cabeça. The hat reflects the character that you develop. O chapéu reflete o caráter que você quer desenvolver. Next develop an attitude. Em seguida, desenvolva uma atitude. Learn how to express yourself through physical movements. Aprenda a se expressar através de movimentos físicos. Exaggerate emotions, intentions, reactions, and all your activities. Exagere emoções, intenções, reações, e todas as suas atividades. Experiment with a unique walk. Experimente um passeio pela rua, pois é nesses momentos de risco é que o seu palhaço vem a tona. Decide on a personality, dress, and mannerisms. Definir uma personalidade, roupa, e maneirismos. Work on facial expressions and makeup. Trabalhar expressões faciais e maquiagem. Finally invent a life story for the clown. Finalmente, invente uma história de vida para o palhaço. Imagine a history, a family, and a home. Imagine uma história, uma família e um lar. This helps bring the character to life. Isso ajuda a trazer o personagem para a vida. Write skits to act out. Escrever esquetes para estudá-lo em cada situação. Imagine difficult, yet typical human situations. Imagine difícil, mas em típicas situações cotidianas (um exemplo é o personagem Mr. Bean e seu seriado). Experiment. Experimente. Enjoy. Divirta-se. Practice. Pratique. Rehearse. Ensaie. Make sure that what you have invented is compatible with your own personality. E certifique-se de que o que você inventou é compatível com sua própria personalidade.


Maquiagem

There are many things to be said about clown make-up—however, there is one thing that must come first. Há muitas coisas a dizer sobre maquiagem de palhaço, porém, há uma coisa que deve vir em primeiro lugar. Ignore what you've heard— your clown face is not a mask! It's entirely the opposite—rather than hide your features, it should enable you to show off your features. Ignore o que você já ouviu. A sua cara de palhaço não é uma máscara! É totalmente o oposto. Ao invés de esconder suas características, deve  se permitir mostrar as suas características. Make-up comes from the theater, where facial expressions need to be seen even from the back row—that's why the oldest style of clown is the whiteface clown - black on white simply shows up best from a distance (there's probably a joke in here somewhere about a newspaper, but we'll let that pass for now). A maquiagem vem do teatro, onde as expressões faciais devem ser vistas de uma longa distância. É por isso que o estilo mais antigo de palhaço é o clown branco - preto sobre fundo branco simplesmente mostra melhor a partir de uma distância.
All right, since clown make-up isn'ta mask & doesn't hide your features, but instead exaggerates them (either a little or a lot, depending on your type of clown), where does that take us next? To your face , of course! Tudo bem, uma vez que sabemos que a “máscara” de um palhaço não esconde suas características, mas exagera (ou um pouco ou muito, dependendo do tipo de palhaço), qual o próximo passo a seguir? Conhecer o seu rosto, é claro! Spend some time examining your face. Passe algum tempo examinando o seu rosto. What are your most prominent features? Quais são suas características mais proeminentes? What 'sticks out' from across the room? O que sobressai "do outro lado da sala? Look at the shape of your face—you want your make-up to be symmetrical (ie the left side should be a mirror image of the right side). Olhe para o formato do seu rosto. Você quer que sua maquiagem seja simétrica (ou seja, o lado esquerdo deve ser um espelho do lado direito)? Start out with ideas of how your unique face should best shine through your clown face. Comece com idéias de como o seu rosto original deve brilhar através de sua melhor cara de palhaço.
Copie idéias (não a maquiagem) de outros palhaços.One of the reasons that I love (and recommend highly) the books Creative Clowning and Strutter's Guide to Clown Make-up is that they both contain dozens and dozens of photos of other clowns' faces. Look at other clowns—find a style of 'eye' that looks good on Olhe para outros palhaços para encontrar um estilo de "olho" que fica bem em você. Find a mouth that would work on your clown face . Procure uma boca que iria funcionar na sua cara de palhaço. Clown noses are a topic unto themselves!Narizes de palhaço são um tema para si mesmos! There are dozens of styles, not to mention wigs. Existem dezenas de estilos, para não mencionar as perucas. You want to experiment, try combinations, and see what your unique clown looks like. Você pode experimentar várias combinações, e ver qual se parece mais com o seu palhaço. He or she is in there, and just waiting to come out. Ele ou ela está lá, e apenas esperando para sair.


Roupa

So, where do I find this wonderful costume?Então, onde posso encontrar este traje maravilhoso? Several places. Em vários locais. Start in your own closet -- remember what people dressed like in the 70's? Comece procurando em seu próprio quarto. Depois, confira as vendas de garagem, brechós, e outras fontes. If you're handy with a needle, you can buy patterns and sew your own. Se você tem jeito com uma agulha, você pode comprar modelos e costurar seus próprios. The different parts of your costume can be broken into several areas: As diferentes partes de seu traje podem ser divididas em várias áreas:
Hat (if applicable)Chapéu (se aplicável)
After all, not all clowns wear a hat. Afinal, nem todos os palhaços usam um chapéu. My clown, Raynbow, does; in fact, it's an integral part of his character -- he's constantly tipping his hat to people. Analise se combina com sua personalidade e se vale a pena.
Shoes Sapatos
Like the clown nose, this is probably the single most notable piece of clown clothing. Como o nariz de palhaço, esta é provavelmente a única peça de roupa mais notável palhaço. When people see you in your size 18 EE shoes, they think 'clown!' Quando as pessoas vêem você no seu sapato tamanho 45 (ou mais), eles pensam: 'palhaço! ". Como o nariz vermelho, você não tem que usar sapatos enormesBut, like the red nose, if you want to, you're welcome to them.; mas, se você quiser, divirta-se! There are numerous wonderful dealers that sell professional clown shoes -- once you're ready, I recommend you go that route. Existem inúmeros revendedores maravilhosa que vendem sapatos de palhaço profissional. VBut how do you start out?ocê está começando agora e não tem dinheiro pra tais sapatos? Again, advice from Turk Pipkin -- feel free to pick up some ordinary sneakers and either 1) color them with acrylic paint -- they're no bigger, but they're definitely clown shoes now, or 2) glue them inside a pair of size 18 shoes! Sinta-se livre para pegar alguns tênis normal qualquer colori-los com tinta acrílica e enchê-los de cores e adereços! That way, you get to wear a comfortable pair, and still look 'clownish.' Dessa forma, você começa a usar um par confortável, e ainda parecer um palhaço. One other twist from Mr. Pipkin: put the left (normal-size) shoe inside the right (clown-size) shoe, and vise versa -- looks like your feet are reversed. Uma dica: ponha o sapato (tamanho normal) esquerdo dentro do sapato (tamanho palhaço) direito, e vice-versa, para parecer que seus pés estão invertidos.
Shirt Camisa
Anything from a colorful shirt, to a large striped clown shirt, would be applicable.Qualquer coisa como uma camisa colorida, listrada, ou grande seria aplicável. If you're portraying a hobo or tramp, feel free to take a 'plain' shirt and add colorful patches Se você está retratando um vagabundo, fique à vontade para dar uma camisa 'lisa' e adicione remendos coloridos.
Pants Calças
Again, colorful and comfortable is a safe rule here. Novamente, coloridas e confortáveis é uma regra segura aqui. Again, for a hobo or tramp, feel free to have a more drab material, possibly with patches for color and/or comedy. Novamente, para um vagabundo, sinta-se livre de ter um material mais monótono, possivelmente, com manchas. Don't forget that we want a visually contrasting look -- pants tend to be overly large, as opposed to overly small -- you will want freedom of movement. Não se esqueça que nós queremos um visual contrastante ao olhar. Calças podem ser muito grandes e largas, ou muito pequenas e justas. Mas lembre-se, você vai querer a liberdade de movimento.
Tie (if applicable) Gravatas ou Laços (se aplicável)
If your clown wears a tie, feel free to use it. Se o seu palhaço usa gravata, fique à vontade para usá-lo. I hate ties myself (and don't have to wear them anymore -- yahoo! ... sorry about that; got carried away there...) ahem...Sif your clown is going to wear a tie, make sure it fits your chSe o seu palhaço for usar uma gravata, certifique-se que se adequa ao seu personagem. Perhaps it will be absurdly wide, or have a comical pattern (I still have a red tie with extremely large white dots in a closet somewhere) -- it can be a fine comedy prop -- something to get caught in doorways, drawers, etc. Talvez seja absurdamente grande, ou tenha um padrão cômico (algo para ser pego em portas, gavetas, etc.).
Collar and/or bib (if applicable) Jardineira (se aplicável)
Most readily available from a clown dealer.Adicione um toque de classe eIt screams 'clown' ela grita: 'palhaço'!

Lembre-se: Se você vai estar em movimento, deve optar por um traje mais confortável. Pick fabrics that are comfortable, cool in summer, warm in winter. Escolha tecidos que são confortáveis, frescos no verão, quentes no inverno...
A roupa pode tornar o homem, mas é o coração que faz o palhaço. If your costumes imperfect, don't sweat it too much—it can be improved over time. Se o seu figurino não estiver bom, não se preocupe muito com isso, ele pode ser melhorado ao longo do tempo. Work on letting the inside come out. Give yourself additional 'size'—you don't want the seat of your pants to rip when you bend over ( unless that's part of your routine , of course :o)


Nome

Como você escolhe um nome para o seu palhaço? É importante? Should you worry about it? Deve se preocupar com isso?
Yes and no. Sim e não. It is important, but it's not the most important thing in the world. É importante, mas não é a coisa mais importante do mundo. For many clowns, choosing a name comes naturally from the character they want to portray ( Hobo Jim , Weary Willie , the little Tramp , Yankee Dan Rice , or Will Rejoice & B. Glad , for clown ministers, for example). Para muitos palhaços, escolher um nome vem naturalmente do caráter que eles querem retratar. For others, it comes from a nickname (like Frosty Little , or of course Groucho , Chico and Harpo ), or their birth name (like Kenny Ahern ). Para outros, vem de um apelido, ou o seu nome de nascimento. Others choose their name from seemingly happenstance things. Outros escolhem o seu nome a partir de coisas aparentemente acaso. For instance, Floyd Shaffer chose his clown name, Soccataco , from watching a TV show with the catch phrase "Sock it to me!" Por exemplo, Floyd Shaffer escolheu o seu nome de palhaço, Soccataco, de assistir a um programa de TV com o slogan "Sock for me!" combined with a box of tacos on his table. combinado com uma caixa de tacos em sua mesa. One of his students, Wobniar , took the word Rainbow & spelled it backwards. Um de seus alunos, Wobniar, tomou a palavra arco-íris (rainbow) e soletrou-a para trás.
Common names for some clown ministers have Biblical roots . Os nomes comuns para alguns ministros do palhaço tem raízes bíblicas. Dooley (or Douley) is a common name, coming from the Greek word Doulos, for the worker who does the lowliest, most degrading work without recognition. Dooley (ou Douley) é um nome comum, que vem da palavra grega doulos, para o trabalhador que faz o trabalho mais humilde, mais degradantes, sem reconhecimento.
Regardless, find a name that fits your character, and that you are comfortable with; as with your make up and costume, you may fine-tune it or change it over time, as you become more familiar with your character.Independentemente disso, encontrar um nome que se encaixa com o seu personagem e que você goste,  é como com sua maquiagem e fantasia: pode demorar, e você pode ajustá-lo ou alterá-lo ao longo do tempo, até que você encontre o mais adequado.
One rule that is ironclad, however, is to make sure that you are not using the same name as some other established clown in your area.Uma regra que é rígida, porém, é ter certeza de que você não está usando o mesmo nome de algum outro palhaço criado na sua área.It will lead to confusion, and possibly hard feelings between yourself and that other clown. Ele vai levar a confusão e, possivelmente, ressentimentos entre si e que outro palhaço. Don't do it. Não faça isso. If you have an established clown name, and move to an area that has a clown with that name, give serious thought to changing it; at a minimum, contact the other clown, and try to come to a mutually satisfactory agreement. Se você tem um nome de palhaço estabelecido, e se mudar para uma área que tem um palhaço com esse nome, pense seriamente em mudá-lo ou, no mínimo, entre em contato com o outro palhaço, e tente chegar a um acordo mutuamente satisfatório.
Above all, don't get stressed out over choosing your clown name—remember, clowning is supposed to be fun; so let's enjoy it :o) Acima de tudo, não fique estressado sobre a escolha de seu nome. Lembre-se: ser palhaço deve ser algo prazeroso, não algo estressante.

domingo, 25 de setembro de 2011

A Importância do Teatro Evangélico

Eaê galera! A paz do Senhor a todos!!

Cinco anos. Cinco anos está realizando o grupo de teatro evangélico de que participo. Várias apresentações. Algumas que a maioria não lembra. Outras inesquecíveis, (Pois “se é gospel, pode”). Muitas alegrias, e muita dor de cabeça - principalmente pro diretor... eu (rsrsrs). Muitos foram convidados por mim para fazer parte da equipe (e se você é membro da minha igreja e ainda não foi convidado, sinta-se convidado neste momento). Sem dúvida, passamos por muitas coisas. Graças a Deus estamos completando cinco anos de grupo e não podíamos deixar esse momento tão especial passar em branco. Hoje, comemorando os cinco anos da equipe teatral da Cia Expressão de Louvor, venho falar sobre a importância do teatro evangélico, na igreja e fora da igreja. Esse artigo foi feito baseado do livro de Cilene Guedes, "Teatro Evangélico" da editora Jumoc (recomendo).


1.       O crescimento do teatro evangélico

O teatro evangélico tem crescido e se aperfeiçoado. Tem se mostrado aplicável a praticamente todos os ministérios – do ensino infantil a evangelização de adultos. Muitos talentos estão surgindo, gente jovem e disposta a fazer um bom trabalho.
Algo que se tem notado há alguns anos é que o teatro evangélico tem crescido muito pelo Brasil. Nunca houve um interesse tão grande dos evangélicos brasileiros em teatro como nos últimos tempos. Mais do que nunca, estamos usando este meio para evangelizar, ensinar, edificar e, também, divertir. Vários congressos e mostra de artes evangélicas têm sido realizados pelo Brasil todos os anos; sendo um dos mais famosos o Resgatarte (que inclusive vai haver um congresso Resgatarte em novembro deste ano na Ceilândia, e já estou lá). Já ouviram falar da JOCUM? Jovens Com Uma Missão é uma missão internacional e interdenominacional, empenhada na mobilização de jovens de todas as nações para a obra missionária. Teatro é disciplina obrigatória na JOCUM.

Estão surgindo grupos especializados em teatro infantil. Outros só trabalham com mímica e dança. Outros são especificamente evangelísticos e há os que buscam atingir diretamente artistas e intelectuais não cristãos.

Nas igrejas onde não existe um grupo que trabalhe apenas com teatro, o interesse também é grande. E, aos poucos, o conjunto de pessoas que se une para montar uma só peça cede lugar ou torna-se um grupo fixo. Foi o que aconteceu na minha igreja a cinco anos (outubro de 2006).

Tudo isso nos leva a admitir que o teatro evangélico está em franco crescimento e começa a ser visto como um ministério dentro da obra de Deus.


2.       O preconceito

Não é difícil encontrar cristãos que considerem o fazer teatro como algo mundano. Muitas igrejas ainda não consideram as artes como forma de louvor a Deus, em virtude de como as artes são usadas mundo a fora. Mas só porque essas artes são usadas de formas mundanas ou pecaminosas quer dizer que não são de Deus?

Você já foi na praia no dia 1º de janeiro (após o “Ano Novo”)? Quem já foi no litoral do Brasil nessa época sente na pele o estado em que ficam as praias. Toda sorte de detritos é lançada ao mar ou deixada na areia, em atitude de adoração aos deuses das religiões afro-brasileiras.

Porém, você e eu sabemos que o Criador, tanto do mar quanto de toda a natureza, é o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo; e sabemos também que a beleza e a força do mar e de toda a natureza são reflexos da glória de Deus. Aí, eu pergunto: o mar deixa de ser criação do Deus verdadeiro enquanto usam-no para cultuar falsos deuses? Não. Deus não rejeita o mar, nem o louvor das ondas. Deus rejeita o que é feito com eles nessas ocasiões. Da mesma forma ocorrem com os talentos.

Deus criou os mais diversos tipos de talentos: a dança, o canto, o desenho, a habilidade de tocar instrumentos musicais, dentre muitos outros. Desta forma, vemos que Deus deu a cada pessoa um talento especial para adorá-lo, louvá-lo e glorificá-lo. Mas, da mesma forma que muitas pessoas usam o mar de forma diferente do que Deus pretendia ao criá-lo, muitos usam os seus talentos de forma errada.

O teatro, e as artes em geral, em muitos momentos da história, foram usados de forma errada. É como se a arte dramática fosse uma belíssima praia que, em horas, ficou entulhada de detritos. Isto explica o preconceito existente nas igrejas; mas, logicamente, não o justifica. Muitas vezes, preferimos desprezar o que está sujo, quando a atitude certa seria limpar. Os cristãos vêem como as outras pessoas usam o teatro e o tacham como algo que não vem de Deus – como algo do Diabo – simplesmente porque viram outros colocando os mesmos talentos a serviço dos senhores deste mundo. E isso é umas das táticas do Diabo: roubar os nossos talentos. O preconceito foi o meio que Satanás achou para encobrir o seu roubo. Quando dizemos que o teatro, a dança e outros tipos de talentos são “mundanos”, “diabólicos” ou “profanos”, estamos entregando esses talentos nas mãos do Diabo e perdendo algo muito valioso, sem perceber. Enquanto o estivermos “alimentando” esse preconceito, estaremos deixando nas mãos do inimigo uma arma poderosa que deve ser usada por nós, segundo o propósito de Deus ao criar e doar nossos talentos.

Deus, quando dá um talento para cada um de nós, tem um propósito. Ele não dá por acaso ou aleatoriamente. Ele tem propósitos relacionados às nossas vidas e à guerra espiritual em andamento.

A parábola dos talentos é uma excelente ilustração disso (Mateus 25. 14-30). O senhor confiava aquela quantia aos seus servos, não para virar um efeito ou ser enterrada. O propósito era que os seus servos aplicassem os talentos, trabalhassem com eles, de tal forma que dessem lucro. Assim também, Deus dá potencial para que o transformemos em realizações. Se, De algum modo, nossas realizações resultarem em edificação, salvação de vidas, então houve lucro. Houve vitórias no plano espiritual.

Tenho uma história muito interessante sobre um dos resultados da nossa primeira apresentação aqui na minha igreja. O filho do meu pastor, Estevão, tinha um cachorro chamado Spike. Certa vez, Spike sumiu e, logicamente, Estevão ficou triste por muito tempo – chegando a dizer que não queria nenhum outro cachorro se não Spike. Depois de muito tempo, Estevão e sua mãe, Claudinéia, acharam Spike na rua e o levaram para casa. Passou um dia e, na manhã seguinte, Spike sumiu de novo (dessa vez por definitivo). Pouco tempo depois, eu e o grupo no qual participo realizamos nossa primeira peça que por acaso foi no dia das crianças. Essa peça, na verdade, eram três textos unidos em um; e uma das mini-peças era a peça chamada “O Ladrão de Alegrias”. Essa peça mostrava crianças sendo roubadas pelo ladrão de alegrias, sendo que suas alegrias eram brinquedos e outros objetos. No final da peça, era ensinado que a verdadeira alegria, que só Jesus pode dar, não pode ser roubada por ninguém e, assim, o ladrão de alegrias perdia a sua força. Logo após a peça, Estevão foi a te Claudinéia e disse: “Mamãe, o ladrão de alegrias queria levar minha alegria quando levou o Spike; mas ele não pode levar minha verdadeira alegria, que é Jesus”. Não preciso dizer que quando o grupo soube dessa história, os olhos de todos se encheram d’água.

É como diz a palavra de Deus: “Pelos frutos vos conhecereis”. E ,por meio dessa apresentação, bons frutos foram colhidos. Então vem a pergunta: se um trabalho feito na igreja dá bons frutos, ele é da vontade de Deus? É claro que sim. Por isso, podemos afirmar que teatro evangélico faz parte da perfeita vontade de Deus; e não devemos aceitar que alguém diga que o teatro evangélico não é algo dado a nós por Deus.


3.       A diferença do teatro secular e o evangélico

A diferença entre o teatro secular e o teatro evangélico é que: o teatro evangélico é aquele que traz Cristo para o palco, não necessariamente como um personagem, mas como presença viva naqueles que montaram o espetáculo. Esta situação não cria um rótulo diferente, mas um objetivo próprio: colocar o teatro a serviço do reino. Comédia, tragédia, monólogo, pantomima, teatro infantil, drama litúrgico, tudo isso é rótulo. Qualquer dessas ou outras formas de fazer teatro podem ser evangélicas, desde que haja o objetivo, mesmo que não explícito no texto, de fazer teatro por Deus e para Deus, em primeiro lugar. Essa é a diferença do teatro do mundo e o teatro evangélico: a presença de Jesus no palco; mais precisamente no coração de quem trabalhou na montagem do espetáculo. Trata-se de intenção sincera de entregar cada movimento, cada fala, cada música, cada imagem como louvor a Deus; juntamente com o desejo de que seu público possa conhecê-lo mais a fundo, através da mensagem veiculada. É trazer Jesus para perto do público. É dividir a vida que há em nós com os outros. Logo, é engrandecer o reino de Deus. Por isso, na hora de chamarmos de algum trabalho de evangélico, ou mesmo cristão, devemos levar em conta, não a sua forma, mas seus objetivos.


4.       Atributos do teatro

O teatro possui atributos únicos que ajudam na transmissão de uma mensagem. Depois de tudo isso que eu mostrei para vocês, é impossível não afirmar que o teatro é uma arma muito eficiente. E o motivo dessa arma ser tão eficiente e, cada vez mais, usada nas igrejas são seus atributos. Os principais atributos do teatro são estes:
O teatro dá acesso: Quando você se sente mais seguro de um fato: sendo testemunha ocular ou ouvindo a narração de terceiros? Quando é mais fácil discernir uma emoção: quando ela está escondida no dia-a-dia atribulado das pessoas ou estampado não rosto de um interprete? Quando você entende melhor uma aula: quando o professor só fica teorizando ou quando dá exemplos práticos do que quer dizer? O teatro é como uma janela que dá acesso a vida das pessoas, os fatos que as cercam e as emoções que, lá, podem ser expostas. O teatro é o próprio exemplo. Ele dá um acesso facilitado à compreensão da mensagem, daquilo que é apresentado.

O teatro envolve: O teatro tem potencial para envolver o público de forma tão intensa que, quando esse potencial é aproveitado, fica quase impossível não prestar atenção. Que faz uma dramatização para um público presente, é capaz de mexer, ao mesmo tempo, com os sentidos, a imaginação e a emoção das pessoas.
O teatro mexe com os sentidos: Ao contrário da televisão e do cinema, o teatro proporciona uma proximidade maior com o público, possibilitando uma maior exploração dos sentidos do público. De acordo com a peça, o espectador pode colocar, além da visão e da audição, o olfato, o tato e até o paladar, funcionando em conjunto, para perceber o que acontece em cena. E quem não sabe que os nossos sentidos são os principais responsáveis pela percepção do mundo exterior? Com o teatro, é possível abraçar praticamente toda a capacidade perceptiva do público. Há muitos grupos em São Paulo, inclusive, que exploram essas possibilidades de trabalharem com os sentidos do público.

O teatro mexe com a imaginação: O interesse do público vai depender muito do quanto ele tem espaço para usar a sua própria imaginação. Quando alguém vai ao teatro – ou a qualquer peça que esteja acontecendo – está dispondo-se, por alguns instantes a ser cúmplice do ator; a acreditar nele. Sabendo ou não que se está diante de uma dramatização, nossa imaginação acaba sendo ativada. E existe um lado criança em todos nós que gosta de colocá-la para funcionar. O teatro alimenta o gosto pelo sonho, que torna a vida mais divertida. Você pode dizer: “Pedro, isso é fugir da realidade”. Não necessariamente. Lembra que Jesus usava parábolas para ensinar? Primeiro ele levava as pessoas a imaginarem uma situação. E nem sempre explicava que lições tirar dali; deixava isso, também, por conta da imaginação de cada um. Vê se que Cristo agia assim, não para incentivar a fuga da realidade; pelo contrário, Jesus trazia as pessoas a ela.

O teatro mexe com as emoções: Outra maneira pela qual o teatro pode envolver o público é emocionalmente. Sendo um “espelho da vida”, ele é capaz de gerar reflexos; distorcidos ou não. Por isso, pode provocar mo espectador um encontro consigo mesmo. Quando esse encontro acontece, a tendência é a comoção, o choro, a alegria, a uma atitude reflexiva ou até ao choque. Esse encontro é quase espontâneo, fruto da própria arte. O teatro não é feito para o ator ou para o diretor ele é feito para o público. Então é preciso fazê-lo de modo que o público se sinta identificado com ele. É inevitável que minhas emoções sejam tocadas ao perceber parte de mim sendo interpretada por um ator, sob a observação de outras pessoas.

“Nosso teatro é a arte de se usar tudo para ser, por alguns momentos, quem não se é, para, sendo quem não se é, sabendo-se que não é, ganhar outros que não sabem que são, porquê são, onde estão e para onde vão.
(Adelino Fernandes, líder de jovens)

O teatro cativa: Existe uma coisa nas peças de teatro chamada conflito. O conflito é a razão porque a história existe e a partir da qual se desenrola, objetivando sempre resolvê-lo. Um público envolvido com o espetáculo vai, certamente, querer saber que solução será dada ao conflito. Lógico que pouca gente assume ou percebe que a importância adquirida pela resolução do conflito é fruto do desejo de ver problemas resolvidos; pois estes conflitos estão presentes na vida de todos, e não há quem não queira resolvê-los. É aquela história sobre o público se identificar com a personagem e sua situação. A medida que o público percebe, mesmo inconscientemente, que a peça está dando sincera atenção a um conflito seu e até propõe uma solução, ele se sente valorizado e se deixa cativar.
Há outros atributos do teatro, mas apenas estes são suficientes para mostrar que o teatro é realmente uma arma muito eficiente quando o objetivo é impactar o público.


5.       Conclusão

Para encerrar, tudo que foi apresentado aqui mostra a importância de se trabalhar com o teatro. O teatro é sim uma grande arma que deve ser usada a serviço do Senhor. Deus deu a cada um de nós um talento para oferecermos como instrumento de louvor e adoração a Ele. O dom do canto, da dança, do teatro, do desenho, da palavra... e não devemos, de forma alguma, guardar esses talentos para nós mesmos. Devemos usá-los de modo que estes sempre dêem bons frutos. Vimos também, que o teatro evangélico é aquele que traz Cristo para o palco e, conseqüentemente, para a vida daqueles que assistem. Conhecemos os atributos do teatro que o fazem ser essa arma poderosa de evangelismo. Enfim, é incontestável a importância do teatro na igreja. Eu encerro, agora, dizendo: nunca permita que o teatro seja desprezado por qualquer irmão em Cristo, pois ele é criação do maior artista de todos. Que Deus os abençoe.

Pedro Rois

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Etapas da Preparação de um Espetáculo.

Eaê galera! A paz do Senhor!

Hoje estou postando todas as etapas da preparação de um espetáculo teatral, desde a escolha do texto até a apresentação. É um texto muito interessante e, sem dúvida ajudará na hora de preparar uma peça. É importante lembrar que não é estritamente necessário passar por todas essas etapas, levando em conta que há vários tipos de espetáculos (com ou sem cenário, música, figurino...).

Grande abraço.

 Pedro Rois

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Etapas do processo:

1.    Escolha do texto:
Nessa etapa pode-se pegar um texto pronto, adaptar um texto ou escrever uma peça (sozinho ou com dramaturgo), lembrando sempre em deixar claro qual o objetivo de se apresentar essa peça.

2.  Teste para o elenco:
O diretor abre testes (textos para decorar e apresentar) e propõe exercícios onde ele pode observar quem pode participar do espetáculo e tenha a liberdade de escolher o elenco. Este é o momento de observar seus atores para a escolha das personagens. Vale lembrar que na montagem de um espetáculo, nem sempre todos irão atuar. Deste modo, pode-se direcionar os atores restantes para algum trabalho nos bastidores (maquiagem, sonoplastia...).

3.   Leitura do texto:
Etapa de apresentação do texto, para que os atores conheçam o texto e entendam a ideia. Todos devem ler o texto fazendo o rodízio de personagens. O diretor observa que melhor interpreta a personagem (apesar de já ter em mente que deve fazer determinado papel). Essa etapa é seguida de exercícios práticos onde o diretor pede aos atores que façam improvisos de cena do texto (sempre mudando as pessoas que farão as personagens) para que ele possa ter certeza na hora da escolha de papéis. É bom que nessa etapa já seja fixada a data do espetáculo.

4.  Distribuição das personagens:
Depois de observar atentamente os atores, em exercícios físicos, leituras e improvisos de cenas, o diretor reúne os atores e distribui as personagens da forma que julgar adequada (a partir daqui, o diretor não tem a opção de mudar instantaneamente os papéis, pois o ator pode se desenvolver melhor em ensaios futuros, mas futuramente poderá fazer a troca de atores se perceber que o substituto pode desenvolver melhor a personagem). Deve-se advertir os atores sobre uma futura troca, se preciso.

5.  Leitura dirigida:
São feitas "leituras de mesa" com o diretor, acompanhando cada texto e trabalhando as intenções que ele julgue necessárias para os personagens. É a hora dos atores proporem a sua interpretação do seu personagem, e o diretor deve direcionar a leitura (mas rápido, devagar, emoção, etc.). Os atores começam a decorar (não é obrigatório nessa etapa) e propor jeitos de interpretar o personagem (modo de falar, tiques...), mas sempre apresentar suas intenções ao diretor, para que não venha interpretar de uma forma contrária àquilo que o diretor espera. É claro que tudo não será feita apenas da forma do diretor. Dependendo, as ideias podem ser mescladas, melhorando o personagem que será apresentado.

6.  Improviso de cenas:
Com base nas leituras e nas pesquisas das suas personagens, os atores começam a improvisar cenas, propondo para o diretor um "esqueleto" de cada cena. Nesta etapa, podem ser vistos filmes, palestras, documentários, poesias... (etc.) sobre o assunto da cena/peça (as características da época, mundo acerca do personagem, emoções) para que se tenha uma base sólida na interpretação/construção da cena. A equipe técnica pode/deve ser convidada para essa etapa para já terem uma ideia de o que deverão fazer daí para frente.
Dica1: Os improvisos podem ser feitos com o roteiro em mãos ou o texto decorado, e estes devem ser apenas em cima de uma cena da peça.

7.   Reunião com a produção (cenógrafo, sonoplasta...)
O diretor começa a se reunir com a equipe técnica falando suas ideias e o que deseja com o espetáculo. Neste momento ele mostra algumas cenas que já devem ter um esboço de como serão, lembrando que estes elementos (música, cenário, figurino...) devem servir aos atores e ao espetáculo. Lembrando que todos da equipe técnica devem ter o roteiro em mãos. É bom que a equipe técnica esteja na primeira reunião com os atores, na apresentação da peça, para já conhecerem a peça e já começarem a pensar e pesquisar sobre o que devem fazer.

8.   Montagens de cenas:
Depois dos improvisos, deve-se começar a marcar as cenas como devem ser feitas (depois de adaptar as cenas através das propostas). O diretor deve cuidar de toda a movimentação dos atores, as intenções de cena, aonde “irão” as músicas, que tipo de luz é a melhor para cada cena...
Dica1: Ensaios de escalas: ensaios direcionados a cenas com os mesmos atores.
Dica2: Determinar uma sala de ensaio e outra para que os atores que não estão ensaiando, decorem e passem com os outros atores enquanto não chega a hora de ensaiarem com o diretor.

9.  Criação de trilhas sonoras:
Tome cuidado com direitos autorais! Se for uma trilha original, se reúna com o músico várias vezes e mostre os tempos das cenas, as intenções e emoções.
  
10.   Acompanhamento na criação de cenários e figurinos.
Mostre cenas montadas para facilitar o processo de criação dos responsáveis pelo cenário e figurino.

11.      Ensaios com cenários:
Os atores ensaiam com os cenários, percebendo que, agora, o espaço é outro. Tem que existir uma relação e integração entre os atores e o cenário – isso também se aplica a figurinos, como será apresentado a seguir.

12.    Ensaios para prova de figurino:
Os atores interpretam as cenas com os figurinos do espetáculo para se acostumarem com ele. Esta etapa serve também para ajudar na construção da personagem.

13.    Ensaio para teste de iluminação:
Com o cenário e os figurinos em cena, é bom verificar, descobrir e escolher quais os efeitos que serão usados. A iluminação, como a música, ajudará com a emoção da cena.


14.    Início dos ensaios gerais (ensaios de ajuste):
Cenas prontas são feitas em ensaios gerais, apenas com músicas e cenários - ou partes essenciais deles. Os ensaios gerais são necessários para que o espetáculo ganhe um ritmo. É necessário que o diretor veja em que momento o espetáculo está muito lento ou pede ritmo, tomando cuidado para não cansar a platéia. É hora de ver o espetáculo como um todo, vendo se todas as cenas se encaixam, as emoções estão corretas, se os cenários funcionaram bem e se a música está adequada.

15.    Ensaios gerais (com todos os recursos necessários)

Depois de todas essas etapas vem, enfim, o dia da apresentação.
Bom espetáculo!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Os Doze Apóstolos

Eaê galera! A paz do Senhor!

Estou postando um texto muito bacana que fala dos 12 apóstolos. Este texto é bem interessante para quem vai interpretar algum deles, pois ajuda no processo de pesquisa e construção do personagem.
Grande Abraço.

Pedro Rois

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OS APÓSTOLOS

No começo do seu ministério Jesus escolheu doze homens que o acompanhassem em suas viagens. Teriam esses homens uma importante responsabilidade: Continuariam a representá-lo depois de haver ele voltado para o céu. A reputação deles continuaria a influenciar a igreja muito depois de haverem morrido.
Por conseguinte, a seleção dos Doze foi de grande responsabilidade.  "Naqueles dias retirou-se para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolo"  (Lc 6.12-13).
A maioria dos apóstolos era da região de Cafarnaum, desprezada pela sociedade judaica refinada por ser o centro de uma parte do estado judaico e conhecida, em realidade, como "Galiléia dos gentios". O próprio Jesus disse: "Tu, Carfanaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno"  (Mt 11.23). Não obstante, Jesus fez desses doze homens líderes vigorosos e porta-vozes capaz de transmitir com clareza a fé cristã. O sucesso que eles alcançaram dá testemunho do poder transformador do Senhorio de Jesus.
Nenhum dos escritores dos Evangelhos deixou-nos traços físicos dos doze. Dão-nos, contudo, minúsculas pistas que nos ajudam a fazer "conjeturas razoáveis" sobre como pareciam e atuavam. Um fato importante que tem sido tradicionalmente menosprezado em incontáveis representações artísticas dos apóstolos é sua juventude. Se levarmos em conta que a maioria chegou a viver até ao terceiro e quarto quartéis do século e que João adentrou o segundo século, então eles devem ter sido não mais do que jovens quando aceitaram o chamado de Cristo.

Os doze apóstolos foram:

1) André;
2) Bartolomeu (Natanael);
3) Tiago (Filho de Alfeu);
4) Tiago (Filho de Zebedeu);
5) João;
6) Judas (não o iscariotes);
7) Judas Iscariotes;
8) Mateus;
9) Filipe;
10) Simão Pedro;
11) Simão Zelote;
12) Tomé;
13) Matias (Substituindo a Judas)

                                  Resumo sobre a vida dos Apóstolos:


1) André 

No dia seguinte àquele em que João Batista viu o ES descer sobre Jesus, ele o apontou para dois de seus discípulos, e disse: "Eis o Cordeiro de Deus" (Jo 1.36). Movidos de curiosidade, os dois deixaram João e começaram a seguir a Jesus. Jesus notou a presença deles e perguntou-lhes o que buscavam. Responderam: "Rabi, onde assistes?" Jesus levou-os à casa onde ele se hospedava e passaram a noite com ele. Um desses homens chamava-se André   (Jo 1.38-40).  André foi logo à procura de seu irmão, Simão Pedro, a quem disse: "Achamos o Messias..." (Jo 1.41). Por seu testemunho, ele ganhou Pedro para o Senhor.
André é tradução do grego Andreas, que significa "varonil". Outras pistas do Evangelhos indicam que André era fisicamente forte, e homem devoto e fiel. Ele e Pedro eram donos de uma casa (Mc 1.29) Eram filhos de um homem chamado Jonas ou João, um próspero pescador. Ambos os jovens haviam seguido o pai no negócio da pesca. Eram Pescadores.
André nasceu em Betsaida, nas praias do norte do mar da Galiléia. Embora o Evangelho de João descreva o primeiro encontro dele com Jesus, não o menciona como discípulo até muito mais tarde (Jo 6.8). O Evangelho de Mateus diz que quando Jesus caminha junto ao mar da Galiléia, ele saudou a André e a Pedro e os convidou para se tornarem discípulos (Mt 4.18,19). Isto não contradiz a narrativa de João; simplesmente acrescenta um aspecto novo. Uma leitura atenta de João 1.35-40 mostra-nos que Jesus não chamou André e a Pedro para seguí-lo quando se encontraram pela primeira vez.
André e outro discípulo chamado Filipe apresentaram a Jesus um grupo de gregos (Jo 12.20-22). Por este motivo podemos dizer que eles foram os primeiros missionários estrangeiros da fé cristã.
Diz a tradição que André viveu seus últimos dias na Cítia, ao norte do mar negro. Mas um livreto intitulado: Atos de André (provavelmente escrito por volta do ano 260 dC) diz que ele pregou primariamente na Macedônia e foi martirizado em Patras. Diz ainda, que ele foi crucificado numa cruz em forma de "X", símbolo religioso conhecido como Cruz de Sto André.

2) Bartolomeu (Natanael)

Falta-nos informação sobre a identidade do Apóstolo chamado Bartolomeu. Ele só é mencionado na lista dos apóstolos. Além do mais, enquanto os Evangelhos sinóticos concordam em que seu nome era Bartolomeu, João o dá como Natanael (Jo 1.45). Crêem alguns estudiosos que Bartolomeu era o sobrenome de Natanael.
A palavra aramaica bar significa "filho", por isso o nome Bartolomeu significa literalmente, "filho de Talmai". A Bíblia não identifica quem foi Talmai.
Supondo que Bartolomeu e Natanael sejam a mesma pessoa, o Evangelho de João nos proporciona várias informações acerca de sua personalidade. Jesus chamou Natanael de "israelita em quem não há dolo" (Jo 1.47). Diz a tradição que ele serviu como missionário na Índia e que foi crucificado de cabeça para baixo.

3) Tiago - Filho de Alfeu

Os Evangelhos fazem apenas referências passageiras a Tiago, filho de Alfeu (Mt 10.3; Lc 6.15). Muitos estudiosos crêem que Tiago era irmão de Mateus, visto a Bíblia dizer que o pai de Mateus também se chamava Alfeu (Mc 2.14).  Outros crêem que este Tiago se identificava como "Tiago, o Menor", mas não temos  prova alguma de que esses dois nomes se referiam ao mesmo homem   (Mc 15.40). Se o filho de Alfeu era, deveras, o mesmo homem Tiago, o Menor, talvez ele tenha sido primo de Jesus (Mt 27.56; Jo 19.25). Alguns comentaristas da Bíblia teorizam que este discípulo trazia uma estreita semelhança física com Jesus, o que poderia explicar por que Judas Iscariotes teve de identificar Jesus na noite em que foi traído.  (Mc 14.43-45; Lc 22.47-48).  Diz as lendas que ele pregou na Pérsia e aí foi crucificado. Mas não há informações concretas sobre sua vida, ministério posterior e morte.

4) Tiago - Filho de Zebedeu

Depois que Jesus convocou a Simão Pedro e a seu irmão André, ele caminhou um pouco mais ao longo da praia da Galiléia e convidou a "Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco consertando as redes"  (Mc 1.19). Tiago e seu irmão responderam imediatamente ao chamado de Cristo. Ele foi o primeiro dos doze a sofrer a morte de mártir. O rei Herodes Agripa I ordenou que ele fosse executado ao fio da espada (At 12.2). A tradição diz que isto ocorreu no ano 44 dC, quando ele seria ainda bem moço.
Os Evangelhos nunca mencionam Tiago sozinho; sempre falam de "Tiago e João". Até no registro de sua morte, o livro de Atos refere-se a ele como "Tiago, irmão de João" (At 12.2) Eles começaram a seguir a Jesus no mesmo dia, e ambos estiveram presentes na Transfiguração (Mc 9.2-13). Jesus chamou a ambos de "filhos do trovão" (Mc 3.17).
A perseguição que tirou a vida de Tiago infundiu novo fervor entre os cristãos (At 12.5-25). Herodes Agripa esperava sufocar o movimentos cristão executando líderes como Tiago. "Entretanto a Palavra do Senhor  crescia e se multiplicava" (At 12.24).
As tradições afirmam que ele foi o primeiro missionário cristão na Espanha.

5) João

Felizmente, temos considerável informação acerca do discípulo chamado João. Marcos diz-nos que ele era irmão de Tiago, filho de Zebedeu (Mc 1.19). Diz também que Tiago e João trabalhavam com "os empregados" de seu pai (Mc 1.20).
Alguns eruditos especulam que a mãe de João era Salomé, que assistiu a crucificação de Jesus   (Mc 15.40). Se Salomé era irmã da mãe de Jesus, como sugere o Evangelho de João (Jo 19.25), João pode ter sido primo de Jesus.
Jesus encontrou a João e a seu irmão Tiago consertando as redes junto ao mar da Galiléia. Ordenou-lhes que se fizessem ao largo e lançassem as redes. arrastaram um enorme quantidade de peixes - milagre que os convenceram do poder de Jesus. "E, arrastando eles os barcos sobre a praia, deixando tudo, o seguiram" (Lc 5.11) Simão Pedro foi com eles.
João parece ter sido um jovem impulsivo. Logo depois que ele e Tiago entraram para o círculo íntimo dos discípulos de Jesus, o Mestre os apelidou de "filhos do trovão" (Mc 3.17). Os discípulos pareciam relegar João a um lugar secundário em seu grupo. Todos os Evangelhos mencionavam a João depois de seu irmão Tiago; na maioria das vezes, parece, Tiago era o porta-voz dos dois irmãos. Paulo menciona a João entre os apóstolos em Jerusalém, mas o faz colocando o seu nome no fim da lista (Gl 2.9).
Muitas vezes João deixou transparecer suas emoções nas conversas com Jesus. Certa ocasião ele ficou transtornado porque alguém mais estava servindo em nome de Jesus. "E nós lho proibimos", disse ele a Jesus, "porque não seguia conosco" (Mc 9.38). Jesus replicou: "Não lho proibais... pois quem não é contra a nós, é por nós" (Mc 9.39,40). Noutra ocasião, ambiciosos, Tiago e João sugeriram que lhes fosse permitido assentar-se à esquerda e à direita de Jesus na sua glória. Esta idéia os indispôs com os outros discípulos (Mc 10.35-41).
Mas a ousadia de João foi-lhe vantajosa na hora da morte e da ressurreição de Jesus. Jo 18.15 diz que João era " conhecido  do sumo sacerdote".  Isto o tornaria facilmente vulnerável à prisão quando os aguardas do sumo sacerdote prenderam a Jesus. Não obstante, João foi o único apóstolo que se atreveu a permanecer ao pé da cruz, e Jesus entregou-lhe sua mãe aos seus cuidados (Jo 19.26-27). Ao ouvirem os discípulos que o corpo de Jesus já não estava no túmulo, João correu na frente dos outros e chegou primeiro ao sepulcro. Contudo, ele deixou que Pedro entrasse antes dele na câmara de sepultamento (Jo 20.1-4,8).
Se João escreveu, deveras, o quarto Evangelhos, as cartas de João e o Apocalipse, ele escreveu mais texto do NT do que qualquer dos demais apóstolos. Não temos motivo para duvidar de que esses livros não são de sua autoria.
Diz a tradição que ele cuidou da mãe  de Jesus enquanto pastoreou a congregação em Éfeso, e que ela morreu ali. Preso, foi levado a Roma e exilado na Ilha de Patmos. Acredita-se que ele viveu até avançada idade, e seu corpo foi devolvido a Éfeso para sepultamento

6) Judas - Não o Iscariotes

João refere-se a um dos discípulos como "Judas, não o Iscariotes" (Jo 14.22). Não é fácil determinar a identidade desse homem.
O NT refere-se a diversos homens com o nome de Judas - Judas Iscariotes; Judas, irmão de Jesus (Mt 13.55; Mc 6.3); Judas, o galileu (At 5.37) e Judas, não o Iscariotes. Evidentemente, João desejava evitar confusão quando se referia a esse homem, especialmente porque o outro discípulo chamado Judas não gozava de boa fama.
Mateus e Marcos referem-se a esse homem como Tadeu (Mt 10.3; Mc 3.18). Lucas o menciona como "Judas, filho de Tiago" (Lc 6.16; At 1.13).
Não sabemos ao certo quem era o pai de Tadeu.
O Historiador Eusébio diz que Jesus uma vez enviou esse discípulo ao rei Abgar da Mesopotâmia a fim de orar pela sua cura. Segundo essa história, Judas foi a Abgar depois da ascensão de Jesus, e permaneceu para pregar em várias cidades da Mesopotâmia.  Diz outra tradição que esse discípulo foi assassinado por mágicos na cidade de Suanir, na Pérsia. O mataram a pauladas e pedradas.

7) Judas Iscariotes 

Todos os Evangelhos colocam Judas Iscariotes no fim da lista dos discípulos de Jesus. Sem dúvida alguma isso reflete a má fama de Judas como traidor de Jesus.
A Palavra aramaica Iscariotes literalmente significa "homem de Queriote". Queriote era uma cidade próxima a Hebrom (Js 15.25). Contudo, João diz-nos que Judas era filho de Simão (Jo 6.71). Se Judas era, de fato, natural desta cidade, dentre os discípulos, ele era o único procedente da Judéia. Os habitantes da Judéia desprezavam o povo da Galiléia como rudes colonizadores de fronteira. Essa atitude pode ter alienado Judas Iscariotes dos demais discípulos.
Os Evangelhos não nos dizem exatamente quando Jesus chamou Judas pra juntar-se ao grupo de seus seguidores. Talvez tenha sido nos primeiros dias, quando Jesus chamou tantos outros            (Mt 4.18-22). Judas funcionava como tesoureiro dos discípulos, e pelo menos em uma ocasião ele manifestou uma atitude sovina para com o trabalho. Foi quando uma mulher por nome Maria derramou ungüento precioso sobre os pés de Jesus. Judas reclamou: "Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários, e não se deu aos pobres?" (Jo 12.5). No versículo seguinte João comenta que Judas disse isto "não porque tivesse cuidado dos pobres; mas porque era ladrão."
Enquanto os discípulos participavam de sua última refeição com Jesus, o Senhor revelou saber que estava prestes a ser traído e indicou Judas como o criminoso. Disse ele a Judas: "O que pretendes fazer,  faze-o depressa" (Jo 13.27). Todavia, os demais discípulos não suspeitavam do que Judas estava prestes a fazer. João relata que "como Judas era quem trazia a bolsa, pensaram alguns que Jesus lhe dissera: Compra o que precisamos para a festa da Páscoa..." (Jo 13.28-29).
Judas traiu o Senhor Jesus, influenciado ou inspirado pelo maligno ( Lc 22.3; Jo 13.27). Tocado pelo remorso, Judas procurou devolver o dinheiro aos captores de Jesus e enforcou-se. (Mt 27.5)

8) Mateus

Nos tempos de Jesus, o governo romano coletava diversos impostos do povo palestino. Pedágios pra transportar mercadorias por terra ou por mar eram recolhidos por coletores particulares, os quais pagavam uma taxa ao governo romano pelo direito de avaliar esses tributos. Os cobradores de impostos auferiam lucros cobrando um imposto mais alto do que a lei permitia. Os coletores licenciados muitas vezes contratavam oficiais de menor categoria, chamados de publicanos, para efetuar o verdadeiro trabalho de coletar. Os publicanos recebiam seus próprios salários cobrando uma fração a mais do que seu empregador exigia. O discípulo Mateus era um desses publicanos; ele coletava pedágio na estrada entre Damasco e Aco; sua tenda estava localizada fora da cidade de Cafarnaum, o que lhe dava a oportunidade de, também, cobrar impostos dos pescadores.
Normalmente um publicano cobrava 5% do preço da compra de artigos normais de comércio, e até 12,5% sobre artigos de luxo. Mateus cobrava impostos também dos pescadores que trabalhavam no mar da Galiléia e dos barqueiros que traziam suas mercadorias das cidades situadas no outro lado do lago.
O judeus consideravam impuro o dinheiro dos cobradores de impostos, por isso nunca pediam troco. Se um judeu não tinha a quantia exata que o coletor exigia, ele emprestava-o a um amigo. Os judeus desprezavam os publicanos como agentes do odiado império romano e do rei títere judeu. Não era permitido aos publicanos prestar depoimento no tribunal, e não podiam pagar o dízimo de seu dinheiro ao templo. Um bom judeu não se associaria com publicanos (Mt 9.10-13).
Mas os judeus dividiam os cobradores de impostos em duas classes. a primeira era a dos gabbai,  que lançavam impostos gerais sobre a agricultura e arrecadavam do povo impostos de recenseamento. O  Segundo grupo compunha-se dos mokhsa era judeus, daí serem eles desprezados como traidores do seu próprio povo. Mateus pertencia a esta classe.
O Evangelho de Mateus diz-nos que Jesus se aproximou deste improvável discípulo quando ele esta sentado em sua coletoria. Jesus simplesmente ordenou a Mateus: "Segue-me!" Ele deixou o trabalho pra seguir o Mestre (Mt 9.9).
Evidentemente, Mateus era um homem rico, porque ele deu um banquete em sua própria casa. "E numerosos publicanos e outros estavam com eles à mesa" (Lc 5.29). O simples fato de Mateus possuir casa própria indica que era mias rido do que o publicano típico.
Por causa da natureza de seu trabalho, temos certeza que Mateus sabia ler e escrever. Os documentos de papiro, relacionados com impostos, datados de cerca de 100 dC, indicam que os publicanos eram muito eficientes em matéria de cálculos.
Mateus pode ter tido algum grau de parentesco com o discípulo Tiago, visto que se diz de cada um deles ser "filho de Alfeu" (Mt 10.3; Mc 2.14). Às vezes Lucas usa o nome Levi para referir-se a Mateus (Lc 5.27-29). Daí alguns estudiosos crerem que o nome de Mateus era Levi antes de se decidir-se a seguir a Jesus, e que Jesus lhe deu um novo nome, que significa "dádiva de Deus". Outros sugerem que Mateus era membro da tribo sacerdotal de Levi.
De todos os evangelhos, o de Mateus tem sido, provavelmente, o de maior influência. A literatura cristã do segundo século faz mais citações do Evangelho de Mateus do que de qualquer outro. Os pais da igreja colocaram o Evangelho de Mateus no começo do cânon do NT provavelmente por causa do significado que lhes atribuíam. O relato de Mateus desta a Jesus como o cumprimento das profecias do AT. Acentua que Jesus era o Messias prometido.
Não sabemos o que aconteceu com Mateus depois do dia de Pentecostes. Uma informação fornecida por John Foxe, declara que ele passou seus últimos anos pregando na Pártia e na Etiópia e que foi martirizado na cidade Nadabá em 60 dC.  Não podemos julgar se esta informação é digna de confiança. 

9) Filipe

O Evangelho de João é o único a dar-nos qualquer informação pormenorizada acerca do discípulos chamado Filipe. Jesus encontrou-se com ele pela primeira vez em Betânia, do outro lado do Jordão (Jo 1.28). É interessante notar que Jesus chamou a Filipe individualmente enquanto chamou a maioria dos outros em pares. Filipe apresentou Natanael a Jesus (Jo 1.45-51), e Jesus também chamou a Natanael (ou Bartolomeu) para seguí-lo.
Ao se reunirem 5 mil pessoas para ouvir a Jesus, Filipe perguntou ao Seu Senhor como alimentariam a multidão. "Não lhes bastariam duzentos denários de pão, para  receber cada um o seu pedaço", disse ele (Jo 6.7). Noutra ocasião, um grupo de gregos dirigiu-se a Filipe e pediu-lhe que o apresentasse a Jesus. Filipe solicitou a ajuda de André e juntos levaram os homens para conhecê-lo (Jo 12.20-22).
Enquanto os discípulos tomavam a última refeição com Jesus, Filipe disse: "Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta" (Jo 14.8). Jesus respondeu que nele eles já tinham visto o Pai.
Esses três breves lampejos são tudo o que vemos acerca de Filipe. A igreja tem preservado muitas tradições a respeito de seu último ministério e morte. Segundo algumas delas, ele pregou na França; outras dizem que ele pregou no sul da Rússia, na Ásia Menor, ou até na Índia.  Nada de concreto portanto.

10) Simão Pedro 

Era um homem de contrastes. Em Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou: "Mas vós, quem dizeis que eu sou?" Ele respondeu de imediato: "Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo" (Mt 16.15-16). Alguns versículos adiante, lemos: "E Pedro chamando-o à parte, começou a reprová-lo..." Era característico de Pedro passar de um extremo ao outro.
Ao tentar Jesus lavar-lhe os pés no cenáculo, o imoderado discípulo exclamou: "Nunca me lavarás os pés." Jesus, porém, insistiu e Pedro disse: "Senhor, não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça" (Jo 13.8,9).
Na última noite que passaram juntos, ele disse a Jesus: "Ainda que todos se escandalizem, eu jamais!" (Mc 14.29). Entretanto, dentro de poucas horas, ele não somente negou a Jesus mas praguejou (Mc 14.71).
Este temperamento volátil, imprevisível, muitas vezes deixou Pedro em dificuldades. Mas, o Espírito Santo o moldaria num líder, dinâmico, da igreja primitiva, um "homem-rocha" (Pedro significa "rocha") em todo o sentido.
Os escritores do NT usaram quatro nomes diferentes com referência a Pedro. Um é o nome hebraico Simeon (At 15.14), que pode significar "ouvir". O Segundo era Simão, a forma grega de Simeon. O terceiro nome era Cefas palavra aramaica que significa "rocha". O quarto nome era Pedro, paralavra grega que significa "Pedra" ou "rocha"; os escritores do NT se referem ao discípulo com estes nomes mais vezes do que os outros três.
Quando Jesus encontrou este homem pela primeira vez, ele disse: "Tu és Simão, o filho de João; tu serás chamado Cefas" (Jo 1.42). Pedro e seu irmão André eram pescadores no mar da Galiléia        (Mt 4.18; Mc 1.16). Ele falava com sotaque galileu, e seus maneirismos identificavam-no como um nativo inculto da fronteira da galiléia (Mc 14.70). Foi levado a Jesus pelo seu irmão André. (Jo 1.40-42)
Enquanto Jesus pendia na cruz, Pedro estava provavelmente entre o grupo da Galiléia que "permaneceram a contemplar de longe estas coisas" (Lc 23.49). Em 1Pe 5.1, ele escreveu: "...eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo..."
Pedro encabeça a lista dos apóstolo em cada um dos relatos dos Evangelhos, o que sugere que os escritores do NT o consideravam o mais importante dos doze. Ele não escreveu tanto como João ou Mateus, mas emergiu como o  líder mais influente da igreja primitiva. Embora 120 seguidores de Jesus tenha recebido o ES no dia do Pentecoste, a Bíblia registra as palavras de Pedro (At 2.14-40). Ele sugeriu que os apóstolos procurassem um substituto para Judas Iscariotes (At 1.22). Ele e João foram os primeiros a realizar um milagre depois do Pentecoste, curando um paralítico na Porta Formosa (At 3.1-11).
O livro de Atos acentua as viagens de Paulo, mas Pedro também viajou extensamente. Ele visitou Antioquia (Gl 2.11), Corinto (2Co 1.12) e talvez Roma.
Pedro sentiu-se livre para servir aos gentios (At 10), mas ele é mais bem conhecido como o apóstolo dos judeus (Gl 2.8). À medida que Paulo assumir um papel mais ativo na obra da igreja  e à medida que os judeus se tornavam mais hostis ao Cristianismo, Pedro foi relegado a segundo plano na narrativa do NT.
A tradição diz que a Basílica de São Pedro em Roma está edificada sobre o local onde ele foi sepultado. Escavações modernas sob a antiga igreja exibem um cemitério romano muito antigo e alguns túmulos usados apressadamente para sepultamentos cristãos. Uma leitura cuidadosa dos Evangelhos e do primitivo segmento de Atos tenderia a apoiar a tradição de que Pedro foi figura preeminente da igreja primitiva.
 [texto auxiliar]
PEDRO, O SANGUINEO.O sanguíneo Pedro é, provavelmente, o mais querido do Novo Testamento. A razão é muito simples. Sendo totalmente extrovertido, seus defeitos são visíveis a todos. Pedro tropeça impetuosamente pelas paginas dos evangelhos, deixando à mostra a carne crua do sanguíneo. Num momento é amável e alegre, no momento seguinte chega a nos assustar com suas atitudes. Sem duvida alguma, Pedro é o personagem mais sanguíneo da Bíblia. Examinemos, antes de continuar, as qualidades do temperamento sanguíneo.
O sr. Sanguíneo é caloroso, amável e simpático. Atrai as pessoas como se fosse um ímã. Ele tem boa prosa, é otimista e despreocupado, “é a  vida da festa”! É generoso, compassivo, adapta-se ao meio ambiente e ajusta-se aos sentimentos alheios. Porem, como os outros temperamentos, o sanguíneo tem seus defeitos. Em geral é possuídos de pouca força de vontade; emocionalmente é instável e explosivo, irrequieto e egoísta. Em sua mocidade chega a ser considerado o que vai ser mais bem sucedido,raramente, entretanto, alcança aquilo que dele se espera. Tem grande dificuldade em seguir detalhadamente as instruções, e quase nunca fica quieto. No fundo dessa capa de ousadia, ele é, frequentemente, inseguro e temeroso. Os sanguíneos são bons vendedores, oradores, atores, e, não raro,tornam-se lideres.
O apostolo Pedro é, não considerando o Senhor Jesus cristo, o homem que mais se sobressai nos evangelhos, e ocupa situação relevante nos primeiros dez capítulos do livro de Atos. Ele falava com mais frequência que os outros e o Senhor também conversava mais amiúde com ele. Nenhum discípulo, a não ser Judas, o Iscariotes teve reprovação mais severa,e nenhum outro discípulo teve, como ele, a ousadia de repreender o Senhor. Por outro lado, nenhum discípulo deu, como Pedro, testemunho tão arrojado de respeito e amor por Cristo, e nenhum outro recebeu louvor tão especial do Salvador.
Pedro tinha o carisma que atrai para si as pessoas, sejam elas suas contemporâneas daquele primeiro século sejam os leitores do século vinte.Sem duvida Pedro exibia calor, intensidade e ação dinâmica. Essa qualidade sanguínea é, provavelmente, a razão pela qual Hipócrates concluiu que esse temperamento fosse causado por sangue quente


11) Simão Zelote

Mateus refere-se a um discípulo chamado "Simão, o  Cananeu", enquanto Lucas e o livro de Atos referem-se a "Simão, o Zelote". esses nomes referem-se à mesma pessoa. Zelote é uma palavra grega que significa "zeloso"; "cananeu" é transliteração da palavra aramaica kanna'ah,  que também significa "zeloso"; parece, pois, que este discípulo pertencia à seita judaica conhecida como zelotes.
A Bíblia não indica quando Simão, foi convidado para unir-se aos apóstolos. Diz a tradição que Jesus o chamou ao mesmo tempo em que chamou André e Pedro, Tiago e João, Judas Iscariotes e Tadeu (Mt 4.18-22).
Temos diversos relatos conflitantes acerca do ministério posterior deste homem e não é possível chegar a uma conclusão.

12) Tomé

O Evangelho  de João dá-nos um quadro mais completo do discípulo chamado Tomé do que o que recebemos dos Sinóticos ou do livro de Atos. João diz-nos que ele também era chamado Dídimo    (Jo 20.24). A palavra grega para "gêmeos" assim como a palavra hebraica t'hom significa "gêmeo". A Vulgata Latina empregava Dídimo como nome próprio.
Não sabemos quem pode ter sido Tomé, nem sabemos coisa alguma a respeito do passado de sua família ou de como ele foi convidado para unir-se ao Senhor. Sabemos, contudo, que ele juntou-se a seis outros discípulos que voltaram aos barcos de pesca depois que Jesus foi crucificado (Jo 21.2-3). Isso sugere que ele pode ter aprendido a profissão de pescador quando jovem.
Diz a tradição que Tomé finalmente tornou-se missionário na Índia. Afirma-se que ele foi martirizado ali e sepultado em Mylapore, hoje subúrbio de Madrasta. Seu nome é lembrado pelo próprio título da igreja Martoma ou "Mestre Tome".
(Ler Jo 20.24-31 e Jo 21.1-15)

13) Matias - Substituto de Judas Iscariotes

Após a morte de Judas, Pedro propôs que os discípulos escolhessem alguém para substituir o traidor. O discurso de Pedro esboçava certas qualificações para o novo apóstolo ( At 1.15-22). O apóstolo tinha de conhecer a Jesus "começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas". Tinha de ser também, "testemunha conosco de sua ressurreição" (At 1.22).
Os apóstolos encontraram dois homens que satisfaziam as qualificações: José, cognominado Justo, e Matias (At 1.23). Lançaram sortes para decidir a questão e a sorte recaiu sobre Matias.
O nome Matias é uma variante do hebraico Matatias, que significa "dom de Deus". Infelizmente, a Bíblia nada diz a respeito do ministério de Matias.