segunda-feira, 11 de julho de 2011

A Pantomima

Olá galera! A paz do Senhor!

Segue abaixo a aula que ministrei no treinamento que o Expressão de Louvor está passando nestes últimos dias. Este material fala sobre a pantomima (a história e a importância de se trabalhar com a pantomima). Espero que gostem

Grande abraço!

Pedro Rois

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A PANTOMIMA

1)     O QUE É?
Pantomima: espetáculo teatral sem palavras, em que os artistas contam histórias através da dança, da expressão facial e corporal, e comunica-se por meio de gestos ilustrativos desenhados no espaço. Tem, geralmente, fins cômicos..

VIDA – TEATRO (IMITA A VIDA) – PANTOMIMA (FERRAMENTA TEATRAL) – AÇÕES QUE IMITAÇÃO DA VIDA

AÇÃO: Fator mais importante do teatro.
DRAMA em grego significa ação
ÓPERA em latim significa agir
ATOR significa agente do ato, o que age.

Mímica - O pantomimo francês Marcel Marceau define a sua arte como a expressão de sentimentos por meio de atitudes e não como um meio de traduzir palavras através de gestos.
2)     HISTÓRIA

A pantomima era uma representação teatral com uma história narrada exclusivamente por meio da dança, exprimindo sentimentos e idéias através de imitações feitas com gestos e atitudes corporais.
Na Roma antiga, dois tipos de espetáculo praticaram a “mimesis” (imitação): o mimo e a pantomima. Os governantes tirânicos se preocupavam em proporcionar jogos e espetáculos sangrentos no Circo Romano. Imperava a política do “pão e circo”. Os espetáculos de “mimesis” (imitação): o “mimo” (espetáculos de mímica) e a “pantomima” (narração por meio de dança, exprimindo sentimentos e idéias através de gestos e expressão corporal). Com a palavra mimo designava-se tanto o ator quanto o próprio espetáculo cênico.   Um dos vários atores (mimos) representavam uma cena com movimentos corporais e faciais de caráter cômico, e quase sempre obsceno.
Os mimos imitavam o som de vários animais e fenômenos da natureza.   Havia especialistas em gestos com hábil articulação e revelando grande controle da expressão facial.  Em geral os espetáculos eram improvisados e os artistas considerados de baixo status social.
Os primeiros escritores cristãos associavam os mimos à degradação dos costumes romanos. No século V, a igreja excomungou todos os artistas desse gênero, e cem anos mais tarde o imperador Justiniano fecharia os teatros do império.   Mas o mimo sobreviveu como um baluarte do paganismo numa Europa dominada pela Igreja.   O próprio Moralismo de Justiniano não ia além dos decretos, pois se casou com Teodora, uma atriz.
O renascimento da mímica coincide com o auge da Commedia dell’Arte (séc. XVI), na qual as gesticulações se mesclavam com fantasias, máscaras e palavras pronunciadas por Arlequim e seus companheiros.
Essa mímica reúne elementos tanto do mimo (palavra) quanto da pantomima (máscara). Foram os italianos que popularizaram a mímica na Europa, criando companhias para atender a um interesse cada vez maior do público.
Os ruídos e coloridos espetáculos dos Arlequins, foram substituídos pelo silêncio mímico, ao qual se acrescentou, no séc. XIX, um leve acompanhamento musical que seguia os gestos, movimentos e expressões do ator, ajudando-o a transmitir pensamentos e emoções.
No séc. XX o centro dos espetáculos de mímica se transfere da Itália para a França. Étienne Decroux  elaborou a primeira gramática de expressão corporal, tornando-se o pioneiro do ressurgimento da pantomima.
Atualmente o mímico não precisa mais se apoiar apenas na intuição e na observação dos movimentos humanos.  Pesquisas sobre o comportamento físico,  realizadas por Rudolf Laban, traçam parâmetros para a atuação do mímico.  De acordo com ele a mímica reproduz movimentos do cotidiano, organizando-os em frases rítmicas, e usa uma linguagem que difere da simples reprodução de gestos convencionais, pois também  reflete estados emocionais e atitudes inconscientes.   A interação de gestos inconscientes e deliberados e de expressões emotivas pode ser analisada através da organização e escolha de seus componentes físicos - força, forma, tempo, posturas e transições e características- contrastando ou harmonizando com a estrutura funcional do movimento.
3)     Importância da preparação física para um bom desempenho teatral - Meyerhold

Vsevolod Emilievich Meyerhold (1874-1940) nasce na Rússia, e foi um grande teórico e prático do expressionismo. Trabalha inicialmente como ator e começa como diretor teatral em 1905, indicado por Stanislavski – de quem foi aluno e com quem trabalhou. Opôs-se ao realismo e ao tentar uma nova forma de fazer teatro esbarrou na falta de preparo de seus atores. Elaborou, então, um treinamento para o ator que ele chamou de biomecanismo.
Para Meyerhold o ator deve utilizar seu físico na interpretação, não ficando escravo do texto. Afirmava que o ator deve ser treinado por meio de exercícios físicos para ter agilidade, força, uma perfeita expressão corporal junto com uma técnica perfeita de representação.
Preso pela polícia stalinista após uma conferência teatral, em 1939, morre num campo de trabalhos forçados, provavelmente executado.

4)     Exercícios


               1.       “Atravessando cenas” 
                Objetivo: Desenvolver a expressão corporal.
·  Vegetação rasteira
·  Uma floresta de plantas devoradoras de gente.
·  Uma rua cheia de vidros quebrados. 
·  Uma estrada de asfalto grudento.
·  Um deserto escaldante.

               2.      Pantomimas de emoções.
            ·  alegre
·  distraído
·  bravo
·  exausto
            ·  triste
            ·  emburrado
            ·  mandão
            ·  malicioso
            ·  irritado
            ·  desconfiado
            ·  aborrecido
            ·  medroso
          3.      Gestos 
            ·  Abrir uma janela 
            ·  Colocar um sapato
            ·  Beber num copo 
            ·  Dirigir num carro
            ·  Fritar um ovo
            ·  Segurar um bebê
            ·  Ler a Bíblia
            ·  varrer
            ·  Arrumar uma cama
            ·  Lavar roupa
            ·  Andar apressado
           
               4.      Espelho.
Objetivo: Adquirir a interação do grupo nas cenas. 
Cada componente do grupo escolherá um parceiro, onde um será o espelho e o outro o comando.
O espelho deverá repetir os gestos e movimentos do comando como: pentear-se; pular; expressar caretas; abaixar; bater; palmas; rir; etc. Depois, o espelho passará a ser o comando.

               5.      Uma história em mímica
Um ator vai ao palco e conta, em mímica, uma pequena história. Um segundo ator observa enquanto os outros três não podem ver.
O segundo ator vai ao palco e reproduz o que viu, enquanto os outros dois não vêem: só o terceiro.
Vai o terceiro e o quarto observa, mas não o quinto.
Vai o quarto e o quinto observa.
Finalmente, vai o quinto ator e reproduz o que viu fazer o quarto ator.
Compara-se depois o que fez o primeiro: em geral, o quinto já não tem nada mais a ver com o primeiro. Depois, pede-se a cada um que diga em voz alta o que foi que pretendeu mostrar com a sua mímica. Esse exercício é divertidíssimo.

               6.      Personagem em trânsito.
Um ou mais atores entram em cena e realizam certas ações para mostrar  de onde  vêm o que fazem e para onde vão. Os outros devem descobrir tudo isso apenas através das ações físicos.

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