segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Etapas da Preparação de um Espetáculo.

Eaê galera! A paz do Senhor!

Hoje estou postando todas as etapas da preparação de um espetáculo teatral, desde a escolha do texto até a apresentação. É um texto muito interessante e, sem dúvida ajudará na hora de preparar uma peça. É importante lembrar que não é estritamente necessário passar por todas essas etapas, levando em conta que há vários tipos de espetáculos (com ou sem cenário, música, figurino...).

Grande abraço.

 Pedro Rois

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Etapas do processo:

1.    Escolha do texto:
Nessa etapa pode-se pegar um texto pronto, adaptar um texto ou escrever uma peça (sozinho ou com dramaturgo), lembrando sempre em deixar claro qual o objetivo de se apresentar essa peça.

2.  Teste para o elenco:
O diretor abre testes (textos para decorar e apresentar) e propõe exercícios onde ele pode observar quem pode participar do espetáculo e tenha a liberdade de escolher o elenco. Este é o momento de observar seus atores para a escolha das personagens. Vale lembrar que na montagem de um espetáculo, nem sempre todos irão atuar. Deste modo, pode-se direcionar os atores restantes para algum trabalho nos bastidores (maquiagem, sonoplastia...).

3.   Leitura do texto:
Etapa de apresentação do texto, para que os atores conheçam o texto e entendam a ideia. Todos devem ler o texto fazendo o rodízio de personagens. O diretor observa que melhor interpreta a personagem (apesar de já ter em mente que deve fazer determinado papel). Essa etapa é seguida de exercícios práticos onde o diretor pede aos atores que façam improvisos de cena do texto (sempre mudando as pessoas que farão as personagens) para que ele possa ter certeza na hora da escolha de papéis. É bom que nessa etapa já seja fixada a data do espetáculo.

4.  Distribuição das personagens:
Depois de observar atentamente os atores, em exercícios físicos, leituras e improvisos de cenas, o diretor reúne os atores e distribui as personagens da forma que julgar adequada (a partir daqui, o diretor não tem a opção de mudar instantaneamente os papéis, pois o ator pode se desenvolver melhor em ensaios futuros, mas futuramente poderá fazer a troca de atores se perceber que o substituto pode desenvolver melhor a personagem). Deve-se advertir os atores sobre uma futura troca, se preciso.

5.  Leitura dirigida:
São feitas "leituras de mesa" com o diretor, acompanhando cada texto e trabalhando as intenções que ele julgue necessárias para os personagens. É a hora dos atores proporem a sua interpretação do seu personagem, e o diretor deve direcionar a leitura (mas rápido, devagar, emoção, etc.). Os atores começam a decorar (não é obrigatório nessa etapa) e propor jeitos de interpretar o personagem (modo de falar, tiques...), mas sempre apresentar suas intenções ao diretor, para que não venha interpretar de uma forma contrária àquilo que o diretor espera. É claro que tudo não será feita apenas da forma do diretor. Dependendo, as ideias podem ser mescladas, melhorando o personagem que será apresentado.

6.  Improviso de cenas:
Com base nas leituras e nas pesquisas das suas personagens, os atores começam a improvisar cenas, propondo para o diretor um "esqueleto" de cada cena. Nesta etapa, podem ser vistos filmes, palestras, documentários, poesias... (etc.) sobre o assunto da cena/peça (as características da época, mundo acerca do personagem, emoções) para que se tenha uma base sólida na interpretação/construção da cena. A equipe técnica pode/deve ser convidada para essa etapa para já terem uma ideia de o que deverão fazer daí para frente.
Dica1: Os improvisos podem ser feitos com o roteiro em mãos ou o texto decorado, e estes devem ser apenas em cima de uma cena da peça.

7.   Reunião com a produção (cenógrafo, sonoplasta...)
O diretor começa a se reunir com a equipe técnica falando suas ideias e o que deseja com o espetáculo. Neste momento ele mostra algumas cenas que já devem ter um esboço de como serão, lembrando que estes elementos (música, cenário, figurino...) devem servir aos atores e ao espetáculo. Lembrando que todos da equipe técnica devem ter o roteiro em mãos. É bom que a equipe técnica esteja na primeira reunião com os atores, na apresentação da peça, para já conhecerem a peça e já começarem a pensar e pesquisar sobre o que devem fazer.

8.   Montagens de cenas:
Depois dos improvisos, deve-se começar a marcar as cenas como devem ser feitas (depois de adaptar as cenas através das propostas). O diretor deve cuidar de toda a movimentação dos atores, as intenções de cena, aonde “irão” as músicas, que tipo de luz é a melhor para cada cena...
Dica1: Ensaios de escalas: ensaios direcionados a cenas com os mesmos atores.
Dica2: Determinar uma sala de ensaio e outra para que os atores que não estão ensaiando, decorem e passem com os outros atores enquanto não chega a hora de ensaiarem com o diretor.

9.  Criação de trilhas sonoras:
Tome cuidado com direitos autorais! Se for uma trilha original, se reúna com o músico várias vezes e mostre os tempos das cenas, as intenções e emoções.
  
10.   Acompanhamento na criação de cenários e figurinos.
Mostre cenas montadas para facilitar o processo de criação dos responsáveis pelo cenário e figurino.

11.      Ensaios com cenários:
Os atores ensaiam com os cenários, percebendo que, agora, o espaço é outro. Tem que existir uma relação e integração entre os atores e o cenário – isso também se aplica a figurinos, como será apresentado a seguir.

12.    Ensaios para prova de figurino:
Os atores interpretam as cenas com os figurinos do espetáculo para se acostumarem com ele. Esta etapa serve também para ajudar na construção da personagem.

13.    Ensaio para teste de iluminação:
Com o cenário e os figurinos em cena, é bom verificar, descobrir e escolher quais os efeitos que serão usados. A iluminação, como a música, ajudará com a emoção da cena.


14.    Início dos ensaios gerais (ensaios de ajuste):
Cenas prontas são feitas em ensaios gerais, apenas com músicas e cenários - ou partes essenciais deles. Os ensaios gerais são necessários para que o espetáculo ganhe um ritmo. É necessário que o diretor veja em que momento o espetáculo está muito lento ou pede ritmo, tomando cuidado para não cansar a platéia. É hora de ver o espetáculo como um todo, vendo se todas as cenas se encaixam, as emoções estão corretas, se os cenários funcionaram bem e se a música está adequada.

15.    Ensaios gerais (com todos os recursos necessários)

Depois de todas essas etapas vem, enfim, o dia da apresentação.
Bom espetáculo!

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