Eaê galera!
Hoje estou trazendo uma postagem do site
Portal Improvisando que fala sobre a técnica de improvisação ensinada por Viola Spolin. Confiram:
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Viola Spolin: A inovação
Viola Spolin proporcionou a maior inovação técnica em relação à
Improvisação. Na década de 30, trabalhando com Teatro Comunitário em
Chicago e tentando estimular as crianças com quem trabalhava, sob
a heterogeneidade de cultura dos imigrantes, criou o que hoje pode ser
considerado muitos dos exercícios e jogos fundamentais da Improvisação.
Apesar da improvisação ser essencialmente um instrumento de um ensaio,
mais do que de performance, em uma demonstração pública de seus
métodos, ela pediu uma sugestão de seu público, e uma técnica
nova técnica nasceu. Desenvolveu jogos que focam na individualidade,
criatividade, adaptando e focando o conceito de jogo para destravar a
capacidade do indivíduo de auto-expressão criativa. Estas técnicas
foram depois reunidas na rubrica “Theatre Games”.
A partir da década de 50, passou a trabalhar com seu filho Paul Sills
e David Shepherd, tendo a idéia de criar uma estrutura flexível para
um jogo, em que o diálogo poderia ser improvisado a cada noite –
essencialmente recriar o modus da Commedia dell’Arte. Em 1963 escreve a
obra
Improvisação para o Teatro, com cerca de 220 exercícios e jogos.
Para Spolin, em
Improvisação para o Teatro, todos
são capazes de Improvisar. O que é considerado “talento” para ela é uma
maior capacidade de experienciar (maior envolvimento do indivíduo com o
ambiente em três níveis: intelectual, físico e intuitivo). O intuitivo, o
mais importante para a aprendizagem, muitas vezes é negligenciado,
sendo vista como algo místico ou dotação. Entretanto, em muitas
situações de crise ou choque, adentramos no desconhecido e o gênio
interior se libera, e nesse momento estamos abertos ao aprendizado. O
intuitivo só aparece no imediato e através da espontaneidade desse
momento, nos libertamos de referências, memórias, teorias e técnicas que
são descobertas de outros.
SETE ASPECTOS DA ESPONTANEIDADE
>>>Jogos
O jogo é uma forma natural de grupo na qual, através do ato de jogar,
técnicas e habilidades são desenvolvidas pela necessidade do próprio
jogo, e nesse momento de diversão e estímulo, a espontaneidade permite
uma abertura para o aprendizado.
No jogo, o jogador é livre para atingir a meta à sua maneira, dentro
das regras estabelecidas, e suas atitudes são aceitas e estimuladas
pelos colegas do jogo.
Todo jogo é social e propõe a solução de um problema, dentro das
regras estabelecidas pelo grupo. Ao responderem a vários estímulos
acidentais simultâneos, os jogadores ficam ágeis, alertas e dispostos. A
capacidade individual de envolvimento com o jogo e lidar com estímulos
múltiplos, medem o crescimento dessa habilidade do jogador. Todo esse
esforço provoca a espontaneidade.
A energia utilizada para resolver o problema, junto à pressão das
regras cria uma explosão (espontaneidade) onde tudo é destruído,
rearranjado, desbloqueado. Todas as partes do indivíduo trabalhando em
prol do jogo e essa energia permitindo ao indivíduo total aperfeiçoar as
habilidades de comunicação, somado à aceitação das limitações das
regras do jogo, permitem o aparecimento da cena. Sem uma autoridade se
impondo, o respeito às regras do jogo, sem necessidade de agradar ou
conceder, permite que a energia seja direcionada ao problema e ao
aprendizado.
>>>APROVAÇÃO/ DESAPROVAÇÃO
Devemos nos sentir livres. Devemos viver o mundo que nos cerca e
torná-lo real através dos sentidos, deve ser questionado, investigado,
aceito e rejeitado. Poucos conseguem viver essa experiência, devido à
necessidade de aprovação de uma autoridade. Vivemos em torno do
julgamento. Essa necessidade de aprovação no distancia da
autoconsciência e auto-expressão. Funcionamos assim com parte do nosso
corpo, perdendo a capacidade de estar envolvidos organicamente com um
problema.
Na função de professor, existe uma missão complexa que é a capacidade
de se igualar aos alunos e juntos buscar o insight pessoal. A
necessidade do teatro é o mestre e o professor deve aceitar que as
regras são do jogo.
>>>EXPRESSÃO DE GRUPO
Num grupo saudável o jogador deve trabalhar individualmente para
completar um projeto, sem indivíduos dominantes, pois impede o
crescimento e a diversão dos demais. O professor deve ter o olhar atento
para a dificuldade do indivíduo com exibir-se (e nesse sentido o
auto-julgamento e a persecutoriedade com o julgamento terceiro). O
teatro improvisacional requer relacionamento intenso do grupo, em que
diferenças e similaridades são aceitas, e assim o jogo se torna bomba
propulsora de ação.
Deve haver uma diferença na qualidade da competição estabelecida. Com
uma competição acirrada, a ansiedade e a necessidade de sobressaltar-se
sobre os outros, o clima se torna destrutivo, com perda da
auto-identidade e separação da equipe, pela luta pelo maior status. Uns
se tornam mais agressivos e outros apáticos.
A competição natural, por outro lado é a mola propulsora para o
engajamento na realização de problemas e maior envolvimento com o
ambiente. A cada problema solucionado, outros se seguem
consecutivamente, aumentando a percepção com as novas circunstâncias a
serem enfrentadas pelo grupo.
>>>PLATÉIA
A platéia é o membro mais reverenciado do teatro. São os convidados,
os avaliadores e o último elemento da roda. Dá sentido ao espetáculo.
Quando o jogador compreende o papel da platéia (um grupo com o qual
ele compartilha uma experiência), desaparece o exibicionismo e o jogador
se sente livre e relaxado. Assim, a quarta parede desaparece e o
espectador, parte do jogo, se sente bem recebido.
>>>TÉCNICAS TEATRAIS
As técnicas de teatro são técnicas de comunicação. A comunicação é
muito mais importante que o método, que muda dependendo da necessidade
de tempo e espaço. Quando as técnicas estão separadas da experiência,
uma barreira se cria. Quando o jogador sabe que há várias maneiras de
fazer e dizer algo, as técnicas aparecerão. Através da consciência e da
experiência que experimentação e técnica se unem, libertando o jogador
para a fluência no palco.
>>>A TRANSPOSIÇÃO DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM PARA A VIDA DIÁRIA
As propostas de trabalho devem ser colocadas nas sessões de trabalho.
A experiência é a única tarefa de casa. Deve se preparar todo o
aparelho sensorial, livrar-se de preconceitos, interpretações e
suposições para um contato puro com o meio e os objetos e pessoas dentro
dele. O mundo fornece material para o teatro e o crescimento
desenvolve-se com nosso reconhecimento e percepção do mundo e de nós
mesmos dentro dele.
>>>FISCALIZAÇÃO
Fiscalização é a maneira como o material é apresentado ao jogador em
nível físico e não verbal. A primeira preocupação é encorajar a
liberdade de expressão física, porque o relacionamento físico e
sensorial abre portas para o insight. A realidade é física e é
comunicada através do sensorial. O físico é o conhecido e através dele
encontramos o caminho para o desconhecido (intuitivo).
No teatro de improvisação onde quase não há objeto de cena, figurino
ou cenário, o ator aprende que a realidade do palco deve ter espaço,
textura, profundidade e substância (realidade física). O jogador cria a
realidade teatral ao torná-la física.
Os jogos teatrais de Spolin são simples, estruturas operacionais que
transformam convenções e técnicas teatrais em forma de jogo. Cada jogo
tem foco específico ou problema técnico e exercita uma coibição ao
auto-agir consciente.
Sua aplicação não se limita somente ao teatro, como em programas educativos e treinamento de grupos.
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Grande abraço!
Pedro Rois